O Ministério Público Federal em Santos (SP) ofereceu denúncia à Justiça nesta terça-feira (21) contra Marcos Valério e mais sete acusados por crime de exploração de prestígio. Todos são investigados na Operação Avalanche, da Polícia Federal.
Segundo o MPF, a denúncia é um desdobramento das investigações da operação, deflagrada em outubro de 2008.
Na ocasião, Valério - também acusado de comandar o esquema do mensalão, pelo qual está sendo processado no Supremo Tribunal Federal ? chegou a ser detido, acusado de ter intermediado uma negociação para corromper policiais federais e favorecer a Cervejaria Petrópolis, que produz a cerveja Itaipava.
Foram detidos ainda empresários, despachantes aduaneiros, advogados, dois policiais civis e três federais da ativa, além de dois federais aposentados.
De acordo com a nova denúncia, Marcos Valério e seu sócio, Rogério Tolentino, teriam influenciado o andamento de uma ação milionária de interesse da cervejaria, em trâmite no Fórum de Boituva (SP).
O G1 entrou em contato com a assessoria de imprensa de Valério e seu advogado, e aguarda resposta.
A assessoria de imprensa da Cervejaria Petrópolis informou que a empresa "desconhece a existência da mencionada denúncia e manifestará se notificada oficialmente sobre o caso".
O esquema envolveria, segundo o MPF, dois advogados, dois policiais federais aposentados e ainda um juiz federal aposentado, que atuam em Santos. Eles teriam atuado em benefício da Cervejaria Petrópolis, valendo-se de seus cargos, em troca de dinheiro do grupo interessado.
Segundo a denúncia, não há indícios de que o juiz e os demais réus tenham efetivamente afetado o trâmite da ação. No entanto, para o MPF, "o simples fato de terem solicitado dinheiro a pretexto de influir sobre os juízes atuantes em Boituva-SP" já configura crime de exploração de prestígio. A pena prevista em caso de condenação é de um a cinco anos de prisão, além de multa.