O Laboratório de Tecnologia de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) elaborou um laudo em que mostra fortes evidências da prática de ‘rachadinha’ no gabinete do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ). Segundo o documento, o crime era realizado pelo Chefe de Gabinete do vereador, Jorge Luiz Fernandes, desde 2009.
Ocupando o cargo desde 2018, Fernandes recebeu uma quantia de mais de 2 milhões de reais oriundos das contas de outros seis funcionários admitidos pelo filho do ex-presidente. A movimentação financeira é a prova mais sólida da suspeita prática de ‘rachadinha’ no gabinete colhida pela 3a Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada.
Entenda a investigação
Iniciada em meados de 2019, a investigação que apura o suposto crime de ‘rachadinha’ no gabinete de Carlos Bolsonaro obteve novas provas que comprovam o delito.
Mesmo não sendo tão conhecida como a investigação contra outro filho do ex-presidente, o senador Flávio Bolsonaro, a operação contra Carlos segue parâmetros parecidos, visto que os indícios do delito se assemelham. Evidências como relatos, falta de emissão de crachás por parte de funcionários e o não comparecimento destes à Câmara.
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Houve também o noticiamento de transações imobiliárias realizadas com uso de dinheiro em espécie e pagamentos de valores inferiores aos usados pela prefeitura para cálculo de imposto.
Em maio de 2021, a Justiça autorizou a quebra de sigilo bancário e fiscal de Carlos e de outras 26 pessoas e sete empresas ligadas a ele, incluindo a segunda ex-esposa de Bolsonaro, Ana Cristina Valle.
Houve um momento que a investigação ficou estagnada à análise laboratorial do MP. A impressão era de que a apuração estava fadada ao arquivamento, até que se chegou ao montante transferido a Jorge Fernandes.
Prosseguimento da operação
O próximo passo é descobrir o grau de participação de Carlos Bolsonaro com a prática de ‘rachadinha’ executada em seu gabinete, descobrir se ele foi beneficiado ou se era algo gerenciado somente por Fernandes. Para apontar a ligação do crime com o vereador, é necessário comprovar que ele tenha recebido esse dinheiro de alguma forma.