MPF pede prisão de Marcelo Castro e secretario David Uip

Descumpriram decisão que determinou o fornecimento de canabidiol

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O MPF (Ministério Público Federal) em Marília, no interior paulista, pediu a prisão do ministro da Saúde, Marcelo Castro, e do secretário de Saúde do Estado de São Paulo, David Uip, por descumprirem decisão judicial que determinou o fornecimento de canabidiol (medicamento à base de maconha) a crianças e adolescentes portadores de doenças que causam convulsões.

A União é responsável pelo repasse da verba e o Estado pela compra do medicamento.

Segundo o MPF, uma liminar que garantia a distribuição dos remédios, concedida em abril de 2015, vem sendo desrespeitada desde janeiro deste ano pela União e pelo Estado de São Paulo. Sem os remédios, não seria possível controlar os ataques convulsivos dos pacientes.

Para o procurador Jefferson Aparecido Dias, autor das ações, não foi apresentada "motivação idônea" para o atraso no fornecimento dos medicamentos, o que representaria "ato de extrema gravidade em prejuízo da saúde das crianças e adolescentes que precisam do medicamento".

"Tendo em vista a insistência daqueles que respondem pela União e pelo Estado de São Paulo, que até o presente momento continuam agindo de forma atentatória à jurisdição, cabível a prisão como meio coercitivo para o cumprimento do provimento jurisdicional, qual seja a entrega do fármaco canabidiol aos tutelados nas ações civis públicas", diz o procurador, de acordo com nota divulgada pela assessoria de imprensa do MPF.

Nove crianças sem medicamento

Em nota, o MPF diz que a determinação do fornecimento do canabidiol ocorreu após ações do órgão "visando garantir o direito à saúde e à vida de nove crianças e adolescentes que realizam tratamento no município".

Além do canbidiol (CBD), a liminar garante o fornecimento do Hemp Oil (RSHO) para portadores de encefalopatia epiléptica e síndrome de lennox-gastaut.

"Relatórios médicos indicam que, sem o medicamento, a qualidade de vida dos pacientes é altamente prejudicada, e o risco de a situação de alguns deles evoluir para estado de mal epiléptico e morte é alto", afirma a nota do MPF.

Segundo o órgão, as famílias das nove crianças não teriam recursos financeiros para arcar com os custos da importação do canabidiol. "Eles precisam do remédio, extraído da maconha, para controlar os graves ataques convulsivos, já que são resistentes à terapia padronizada pelo SUS", diz o MPF. A reportagem do UOL procurou o Ministério da Saúde e a Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo, que ainda não se posicionaram sobre o caso.

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