Reportagem do Correio Braziliense assinada por Denise Rothenburg e Leandro Colon revela na edi??o desta segunda-feira 11/08 que o PMDB transforma em prioridade a elei??o do presidente do partido para o comando da C?mara. Senadores da sigla dizem n?o ter interesse em chefiar o Senado, o que facilita uma composi??o com o PT
O PMDB come?ou a trabalhar na busca de um acordo interno para a elei??o dos presidentes da C?mara e do Senado em fevereiro do ano que vem. O primeiro passo foi dado na ?ltima quarta-feira ? noite, quando a l?der do governo no Congresso, senadora Roseana Sarney (PMDB-MA), reuniu a c?pula do partido para um jantar em sua casa, com o presidente peemedebista, deputado federal Michel Temer (SP). O gesto foi considerado pelas legendas que ap?iam o presidente Luiz In?cio Lula da Silva uma demonstra??o de que o PMDB do Senado defender? a candidatura de Temer como prioridade para 2009.
?A prioridade ? eleger o Temer?, disse Roseana aos colegas de partido. Essa disposi??o ficou clara aos presentes quando o l?der do PMDB na C?mara, Henrique Eduardo Alves (RN), perguntou aos senadores da sigla se havia algum candidato natural, dentro ou fora do partido, para concorrer ? presid?ncia do Senado, hoje nas m?os de Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), depois da queda de Renan Calheiros (PMDB-AL) no ano passado. Os peemedebistas foram un?nimes em afirmar que o ?nico nome era o do vice-presidente da Casa, Ti?o Viana (PT-AC).
O l?der do governo no Senado, Romero Juc? (PMDB-RR), um dos convidados, foi direto: ?Eu n?o sou candidato?. Uma das d?vidas do partido, no entanto, se refere ao ministro de Minas e Energia, Edison Lob?o (PMDB-MA). H? no PMDB quem diga que, se o senador Jos? Sarney (AP) quiser fazer de Zequinha Sarney (PV-MA) ou de Roseana candidatos ao governo do Maranh?o em 2010, o natural seria compensar Lob?o, que deseja concorrer a governador, com um posto de destaque no Senado. No caso, a presid?ncia.
O ministro, que estava presente ao jantar, no entanto, n?o demonstrou vontade de deixar o cargo este ano, ainda mais com a perspectiva de ser o pai de uma nova empresa estatal para capitanear a explora??o das reservas de petr?leo descobertas na camada de pr?-sal, al?m de uma refinaria no Maranh?o. Para completar, ainda tem o risco de, com Lob?o fora do Minist?rio, o PT decidir se movimentar para reconquistar o cargo que j? foi seu, com Dilma Rousseff.
Ciro Nogueira
O PMDB corre contra o tempo para garantir a vit?ria de Temer. Se a elei??o fosse hoje, o favorito seria Ciro Nogueira (PP-PI), prestigiado pelo baixo clero da C?mara. Nogueira n?o abre m?o de disputar o comando da Casa nem mesmo com a sinaliza??o de uma recompensa com um cargo no governo. Por isso, o PMDB se apressa para ter o PT ao seu lado na C?mara. Seria uma forma de manter intacto o acordo fechado em fevereiro de 2007, quando os peemedebistas apoiaram Arlindo Chinaglia (PT-SP) em troca de ter os petistas apoiando algu?m do PMDB em 2009.
S? que o PT agora condiciona isso ? garantia da vit?ria de Ti?o Viana no Senado, principalmente porque o partido sabe que a oposi??o tentar? dificultar que isso ocorra. ?O PT n?o ? nem a primeira nem a segunda maior bancada. A oposi??o n?o tem nada a ver com esse acordo?, avisa o senador ?lvaro Dias (PSDB-PR).
Fiel da balan?a corre por fora
O chamado bloquinho de esquerda, capitaneado por PSB, PDT e PCdoB, promete se transformar numa for?a disputad?ssima na escolha do presidente da C?mara. At? agora, seus l?deres t?m evitado tratar do assunto, dizendo que ainda ? cedo para cuidar de uma elei??o que s? ocorrer? no come?o de 2009. Mas, em conversas reservadas, eles n?o escondem um certo desconforto com os rumos que a sucess?o de Arlindo Chinaglia (PT-SP) est? tomando. Por isso, a ordem ? tentar encontrar um terceiro nome.
Em princ?pio, o bloco n?o deseja votar nem no pr?-candidato do PMDB, Michel Temer, nem no do PP, Ciro Nogueira. A c?pula do bloco considera que entregar a presid?ncia da Casa ao PMDB ? abrir espa?o ao jogo da oposi??o de 2010, uma vez que, em 2002, o partido indicou a deputada Rita Camata (ES) como candidata a vice na chapa de Jos? Serra ? Presid?ncia da Rep?blica. No que se refere ao PP, o bloco n?o deseja ver no comando da C?mara um aliado de Severino Cavalcanti, embora tenha consci?ncia da diferen?a de estilo entre Ciro e o ex-deputado.