Na despedida do STF, Rosa Weber faz discurso emocionado e cita 8 de janeiro

Ministra completa 75 anos na próxima segunda, dia 2, data limite para aposentadoria

Ministra Rosa Weber | Carlos Moura / STF
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Com um discurso de despedida da presidência do Supremo Tribunal Federal (STF), proferido na tarde desta quarta-feira, 27 de setembro, a ministra Rosa Weber trouxe à tona os ataques ocorridos em 8 de janeiro, fez a defesa da democracia, destacou ainda o aprimoramento das instituições e a promoção dos direitos fundamentais.

Ao se aproximar da idade-limite para atuação no serviço público, completando 75 anos na próxima segunda-feira (2), a ministra agradeceu o apoio dos demais ministros ao longo de sua gestão e revisitou sua trajetória desde a Justiça do Trabalho no Rio Grande do Sul.

Um dos episódios marcantes de sua gestão foi o enfrentamento dos ataques às sedes dos três poderes da República, incluindo o edifício do STF, em 8 de janeiro, um dia sombrio para a democracia, como ela o descreveu. Salientou a importância de manter viva a memória desse dia para evitar sua repetição e ressaltou a união das instituições contra os atos golpistas.

A ministra enfatizou que, apesar dos desafios enfrentados, a democracia demonstrou sua resiliência. Encorajou a defesa intransigente da democracia constitucional e o aprimoramento constante das instituições democráticas, destacando a luta contra o discurso de ódio e a promoção dos direitos fundamentais para toda a população.

“Inabalada restou nossa democracia, como inabalável continua, simbolizada neste plenário inteiramente restaurado. Ficou a advertência, cabe a todos a defesa intransigente da democracia constitucional”, afirmou.

Além disso, Rosa Weber recordou sua posição como a terceira mulher a integrar o STF, celebrando a recente medida aprovada no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), sob sua presidência, que determina o aumento da nomeação de mulheres na segunda instância da Justiça.  No seu discurso, ela falou da oportunidade que teve para conhecer o Brasil, onde visitou presídios, quilombos e terras indígenas.

“A partir dos trabalhos desenvolvidos, mais e melhor conhecer esse Brasil de tantos brasis, esse Brasil plural, de tantas desigualdades e mazelas e, ao mesmo tempo, de tantas belezas e de riquezas de toda ordem”, afirmou.

Por fim, a ministra fez menção da pressão da sociedade para que o presidente Lula nomeie uma mulher para o cargo que deixará vago e a posição do presidente sobre critérios de escolha. O discurso de homenagem à ministra foi feito pelo decano do STF, ministro Gilmar Mendes.

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