O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou nesta quinta-feira que a Reforma Tributária, que pode ser votada ainda hoje pela Câmara dos Deputados, não é exatamente como ele gostaria, mas reconheceu que "nós não somos donos da verdade".
"Estamos fazendo em um regime democrático, negociando com todo mundo e ela vai ser aprovada. Não é o que cada um de vocês deseja, não é o que o Haddad deseja, o que eu desejo, mas tudo bem. Nós não somos senhores da razão ", afirmou Lula.
O presidente deu as declarações durante a 17ª reunião do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), no Palácio do Planalto. Lula afirmou também que é preciso "lidar com a relação de forças que estão no Congresso Nacional e que é preciso "conversar com o que a gente tem".
"Precisamos lidar com a relação de forças presentes no Congresso Nacional, uma vez que os deputados que ocupam seus cargos foram escolhidos pela sociedade brasileira, para o bem ou para o mal. Portanto, eles merecem o mesmo respeito que eu acredito que eu e o Alckmin merecemos. Ao invés de lamentar o que não temos, devemos dialogar com o que temos".
Posteriormente, Lula reforçou a mensagem aos ministros de Estado de que era necessário deixar de reclamar e lamentar, e focar na discussão das questões que são possíveis de serem realizadas. "Cada ministro que está aqui sabe, é preciso parar de reclamar. É preciso parar de lamentar e discutir como fazer. E vamos fazer".
Durante a reunião, o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, destacou a existência de uma "sinergia" entre a data escolhida para a retomada do Conselho e a possibilidade de votação da Reforma Tributária ainda na tarde desta quinta-feira. Alckmin ressaltou que, se aprovada pelo Congresso, seria um "dia histórico" e enfatizou a importância da reforma para a economia brasileira.
"Há uma boa sinergia. No dia que é instalado o CNDI é o dia que se deve votar a reforma tributária. cumprimentar o Haddad, a querida Simone, o Padilha, todos os ministros envolvidos, e no dia em que instala o conselho a possibilidade de termos um dia histórico, que é a aprovação da reforma tributária, que vai ser fundamental para a economia brasileira".