O recém-empossado ministro da Secretaria da Micro e Pequena Empresa, Guilherme Afif Domingos (PSD), disse nesta quinta-feira (9) que não serve a ?dois senhores?.
Embora ministro, ele anunciou que não renunciará ao mandato de vice-governador de São Paulo.
?Eu não sirvo a dois senhores, eu sirvo a uma causa que os dois senhores concordam?, disse Afif em referência ao governador de São Paulo, o tucano Geraldo Alckmin, e à presidente Dilma Rousseff, do PT. Ela deu posse a Afif na manhã desta quinta.
A posse ocorreu no Palácio do Planalto e teve presença de diversos ministros e lideranças políticas, como o presidente do PSD, Gilberto Kassab, que deixou o local sem falar com a imprensa.
Afif afirmou que ?um vice não se licencia? e anunciou que só deixará o cargo caso haja decisão judicial que o obrigue.
?Um vice já é licenciado porque ele é stand by. O que ocorre é exatamente o fato de que o vice é eleito e, sendo eleito, renúncia é um fato muito grave?, disse em entrevista após a cerimônia de posse.
Questionado se, com sua posse, o PSD passaria a integrar a base do governo, Afif respondeu que não. ?O PSD tem uma grande tendência a apoiar a reeleição da presidente Dilma sem que isso signifique troca de cargos. A minha indicação ficou muito clara, é pela história, pela biografia e afinidade com a afinidade e o tema?, afirmou.
Afif afirmou que prefere esperar pela manifestação da Comissão de Ética Pública da Presidência antes de comentar sobre uma eventual investigação do colegiado sobre a acumulação do cargo de vice-governador e de ministro. ?Não vamos nos antecipar nem dar sentença antecipada?, declarou.
?Ela [Comissão de Ética] sabe que o meu cargo não é um cargo de nomeação, é um cargo eleição. Eu fui eleito para tal e a legislação não tem nada que proíba nesse fato?, afirmou.
Conselheiros da comissão já afirmaram que o caso de Afif poderá ser analisado. Conforme resolução número 8, de setembro de 2003, editada pela própria comissão, configura-se conflito de interesses o exercício de atividade que, segundo o texto, ?viole o princípio da integral dedicação pelo ocupante de cargo em comissão ou função de confiança, que exige a precedência das atribuições do cargo ou função pública sobre quaisquer outras atividades?.