'Não sou homem de correr de briga', diz Lula após tiros em ônibus

Atiradores alvejaram dois dos três ônibus do comboio do petista

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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que "não é homem de correr da briga" e que os tiros disparados contra sua caravana não o intimidam.

Nesta terça-feira, 27, atiradores alvejaram dois dos três ônibus do comboio do petista na estrada entre Quedas do Iguaçu e Laranjeiras do Sul, no interior do Paraná. Ninguém ficou ferido.

"O que estamos vendo agora não é política. Porque se quisessem derrotar o PT seria muito fácil. Lança candidato, vão para a urna, quem ganhar toma posse e quem perder vai chorar, como eu chorei quando perdi as eleições em 89, 94 e 98'' declarou Lula em vídeo gravado nesta terça e publicado na manhã desta quarta (28) no seu Facebook.

Quem disparou contra a caravana petista ainda não foi identificado. A Polícia do Paraná informou que investiga o caso e confirma que um ônibus foi atingido. Este ônibus levava jornalistas de blogs e sites independentes, que fazem a comunicação da caravana, e repórteres estrangeiros.

"Se eles acham que fazendo isso vai nos assustar, não vai", disse o ex-presidente. "Isso vai motivar a gente a fazer muito mais coisa, porque nós não podemos permitir que depois do nazismo e do fascismo a gente permita grupos de fanáticos nesse país."

"É inadmissível, ainda mais atacar um ônibus que tem a imprensa. Se fosse eu até ficariam felizes porque não querem que eu dispute as eleições, mas o que é que a imprensa tem com isso?", perguntou.

Lula lançou um desafio. "Se querem brigar comigo, vamos brigar. Eu gosto da briga, eu não sou um homem de correr da briga. Mas vamos respeitar a democracia nesse país. Democracia pressupõe a convivência na adversidade. Cada um faz a opção que quiser", finalizou o ex-presidente.

Pré-candidatos de esquerda se unem a Lula no PR

Os pré-candidatos à Presidência da República do PCdoB e do PSOL reforçarão nesta quarta (28) o ato que encerrará a caravana do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pré-candidato pelo PT, em Curitiba. O evento deve ocorrer às 17h, no centro da capital paranaense.

A participação não estava prevista na agenda dos presidenciáveis: Manuela D'Ávila e Guilherme Boulos decidiram participar do evento depois que ônibus da caravana do petista sofreu ataque a tiros.

Boulos disse em vídeo publicado nas suas redes sociais que o ataque é grave e que requer "unidade democrática contra o fascismo".

Manuela D'Ávila convocou seus apoiadores a participar do ato de hoje como "resistência ao fascismo e ao ódio".

O pré-candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, criticou o ataque à caravana de Lula e lembrou o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ). "O ataque criminoso à caravana do ex-presidente Lula é absurdo e deve ser investigado com rigor'', disse.

Pré-candidatos dos partidos de esquerda também criticaram as primeiras declarações dadas pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin,pré-candidato tucano à Presidência, logo após o ataque à caravana de Lula. 

Alckmin disse que "eles estão colhendo o que plantaram" e que o PT age para "dividir o Brasil, nós contra eles". "Acabaram sendo vítimas" dessa polarização, segundo ele.

Boulos disse que as declarações de Alckmin eram "praticamente um aplauso ao fascismo". Já Manuela afirmou que o tucano estava justificando o "faroeste". "Quando eu digo que não existe candidato de centro nessa eleição. Taí: o "centro" ultradireita justificando faroeste", disse a deputada estadual do Rio Grande do Sul.

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