Em entrevista concedida ao programa Agora Brasil da TV Meio, o ministro da Secretaria-Geral das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), destacou os principais desafios do governo em áreas estratégicas, como a regulamentação das bets e o combate aos incêndios criminosos, além de discutir a relação com o Congresso. O ministro abordou com clareza a necessidade de avanços em diversas frentes, sempre com um olhar voltado para o bem-estar da sociedade e a estabilidade do governo.
REGULAMENTAÇÃO DAS APOSTAS ESPORTIVAS
Sobre a regulamentação das apostas esportivas online, Padilha lembrou que o problema vem de administrações passadas e criticou a falta de ação durante o governo Bolsonaro. "Foi criado no governo Temer, durante quatro anos o governo Bolsonaro não teve qualquer tipo de regulamentação, isso foi se alastrando", afirmou o ministro.
Ele explicou que, logo no primeiro ano do governo Lula, a proposta de regulamentação foi encaminhada ao Congresso e aprovada no primeiro semestre de 2023. No entanto, algumas empresas teriam aproveitado a lacuna regulatória para atuar de maneira irregular: "A impressão que dá é que algumas dessas empresas aproveitaram, opa, é o último ano sem regulamentação, então vamos fazer a festa."
USO DO CARTÃO DE CRÉDITO CANCELADO
Diante dessa situação, o Ministério da Fazenda tomou a decisão de antecipar a regulamentação, implementando portarias que visam conter abusos. Entre as medidas mais recentes está a proibição do uso de cartão de crédito para apostas, uma forma de evitar que pessoas se endividem com jogos de azar. "As pessoas estão se endividando para apostar", explicou Padilha, mencionando também a necessidade de remover do ar sites de empresas que não se regularizarem até o mês de outubro.
PUBLICIDADE DE APOSTAS ESPORTIVAS
O ministro também antecipou que o debate sobre publicidade de apostas esportivas deve se intensificar no Congresso Nacional, seguindo um modelo semelhante ao de controle do tabaco. "A ministra da Saúde, Anísia Trindade, está defendendo que você tem que tratar as bets como a gente trata o tabaco na questão da publicidade", afirmou, defendendo a proibição de propagandas e a inserção de mensagens de alerta sobre os riscos associados ao vício em apostas.
CRISE AMBIENTAL NO BRASIL
Na mesma entrevista, Padilha também comentou a atual crise ambiental vivida pelo país, com destaque para os incêndios criminosos que têm atingido biomas como o Cerrado, Pantanal e a Amazônia. Ele ressaltou o impacto da mudança climática no Brasil, agravada por ações ilegais: "Eu não tenho dúvida nenhuma que foi criminoso, porque, por exemplo, pego o meu estado de São Paulo, em três horas, mais de 300 pontos de incêndio. Isso é crime."
AUMENTO DE PENAS PARA CRIMES AMBIENTAIS
O governo federal, segundo Padilha, está determinado a combater essas ações, com a Polícia Federal à frente das investigações. No entanto, ele criticou os obstáculos enfrentados, como decisões judiciais que impedem o avanço das apurações. Para o ministro, é urgente debater o aumento das penas para crimes ambientais. "Não pode a pessoa provocar um incêndio criminoso como esse, ser preso, aí paga uma fiança de 700 reais, ou dá não sei quantas cestas básicas, e você não poder punir de forma veemente um crime como esse", disse.
RELAÇÃO DO GOVERNO COM O CONGRESSO
Por fim, Padilha também abordou a relação do governo com o Congresso e a eleição para a presidência da Câmara dos Deputados. Com uma visão cautelosa, ele reforçou a postura de respeito institucional do governo, afirmando que Lula não interferirá no processo interno. "Toda vez que o governo tenta interferir, não deu certo e entrou numa cilada", refletiu o ministro. Segundo ele, todos os candidatos à presidência da Câmara têm demonstrado uma postura proativa e comprometida com as pautas prioritárias do governo, como a reforma tributária e o combate aos crimes ambientais.
A entrevista de Alexandre Padilha destaca a postura do governo em enfrentar questões urgentes do país com responsabilidade e comprometimento, buscando fortalecer a regulamentação de setores como as apostas online e avançar no combate aos crimes ambientais.