Levantamento divulgado neste mês pelo Ministério do Desenvolvimento Regional, no que tange ao Diagnóstico do Serviços de Água e Esgoto do Brasil, com ano-base 2017, aponta que o índice de perdas na distribuição de água no Piauí atingiu o maior patamar dos últimos anos: 48,1% ante 43,7% registrado no estudo anterior (referente a 2016). A alta foi de 4,4% nas perdas no período.
O indicativo mostra que o índice de perdas no Piauí ficou acima da média regional (46,3%) e da nacional. Para se ter uma ideia em 2017, o Índice de perdas na distribuição no Brasil foi de 38,3%. Ou seja, 38,3% do volume de água disponibilizado não foi contabilizado como volume utilizado pelos consumidores, seja por vazamentos, falhas nos sistemas de medição ou ligações clandestinas. Dessa forma, apesar de similar aos 38,1% no ano de 2016, o valor atual mantém o aumento identificado de 2015 para 2016, ano em que o índice subiu 1,4 pontos percentuais após a constância de queda identificada no período de 2012 a 2015. Possíveis causas para tal
comportamento podem ter origem tanto na qualidade dos dados informados para o cálculo do indicador, quanto no efetivo aumento do volume de perdas por alguma ineficiência por parte dos prestadores de serviços.
Caracterizadas de forma geral como ineficiências técnicas, as perdas são inerentes a qualquer sistema de abastecimento de água. É um tema de alta relevância frente a cenários de escassez hídrica e de altos custos de energia elétrica, além da sua relação direta com a saúde financeira dos prestadores de serviços, uma vez que podem representar desperdício de recursos naturais, operacionais e de receita. Dessa forma, os custos decorrentes das perdas devem ser minimizados e estar sujeitos a gerenciamento apropriado, pois são repassados ao consumidor.Assim, o estudo dá um direcionamento aos gestores quanto a necessidade de auxiliar na minimização das perdas.
CAPITAIS - O estudo do Ministério do Desenvolvimento Regional ainda sintetiza que as perdas de distribuições nas capitais tiveram a seguinte configuração: Teresina/PI, Salvador/BA, Rio Branco/AC situam-se na faixa entre 50 e 60%, com 51,4%, 54,0%, 54,9%, 57,2% e 57,6%, respectivamente. Acima de 60% de perdas na distribuição ficam as capitais Recife/PE (61,1%), Macapá/AP (62,2%), São Luís/MA (63,5%), Cuiabá/MT (65,9%), Boa Vista/RR (69,3%), Manaus/AM (74,6%) e Porto Velho/RO (77,1%).