Durante as cerca de seis horas de audiência no Senado nesta terça-feira (15), a presidente da Petrobras, Graça Foster, defendeu a atitude da presidente Dilma Rousseff de aprovar a polêmica compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA).
A audiência começou às 10h50 e terminou às 16h50. O evento foi marcado pela defesa da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Petrobras por parte da oposição e elogios à empresa por parte de parlamentares da base aliada.
Dilma era ministra da Casa Civil e presidia o Conselho de Administração da Petrobras em 2006. Ela aprovou a compra de 50% da refinaria de Pasadena por US$ 360 milhões. Em 2005, um ano antes de a Petrobras decidir fazer o negócio, a empresa de origem belga Astra Oil havia comprado a refinaria por US$ 42,5 milhões (veja tabela abaixo).
A presidente Dilma admitiu publicamente ter autorizado a compra com base num documento "tecnicamente falho" e que, se soubesse de todas as cláusulas, não teria aprovado a transação.
"A aprovação [da compra] de Pasadena não é mérito da presidenta [sic]. Naquele momento [2006] foi uma atitude correta. É mérito do conselho de administração que aprovou unanimemente 50% de Pasadena naquele momento lá atrás, em 2006", disse Graça ao justificar a aquisição da refinaria americana.
Por suspeita de ter representado um prejuízo milionário, a aquisição da unidade pela Petrobras tem sido alvo de investigações em diferentes órgãos, como o Ministério Público e a Polícia Federal.
Graça também afirmou que se Dilma tivesse as informações sobre as cláusulas de "Put Option" e "Marlim", que teriam gerado prejuízo à empresa, a presidente não teria aprovado a compra de 50% da refinaria de Pasadena.
"A presidenta disse que não compraria e nós, hoje, não encaminharíamos, não aprovaríamos na nossa direção do colegiado hoje a refinaria se tivéssemos todos esses dados sobre a mesa", afirmou Graça na audiência.