Nova ação cobra mais de R$ 300 milhões da família Maluf

O rastreamento mostra que US$ 330 milhões foram desviados da construção de grandes obras

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Uma nova ação protocolada na Justiça nesta segunda-feira (3) cobra da família Maluf a devolução aos cofres públicos de mais R$ 300 milhões. O dinheiro teria sido desviado na construção de grandes obras durante a gestão do ex-prefeito Paulo Maluf. O Jornal Nacional mostra como essa fortuna deu a volta ao mundo.

Foram oito anos de investigação para montar o quebra-cabeça do sumiço de dinheiro público. Cerca de 270 mil documentos bancários ajudaram a refazer o caminho do dinheiro que, segundo a promotoria, abasteceu contas ilegais do ex-prefeito Paulo Maluf, hoje deputado federal pelo PP.

O rastreamento mostra que US$ 330 milhões foram desviados da construção de grandes obras. Quase a metade deste valor continua escondida no exterior. Mas a outra metade, mais de US$ 150 milhões, de acordo com o Ministério Público, deu a volta ao mundo, de acordo com o Ministério Público, até retornar para o bolso dos Maluf, aqui no Brasil.

O dinheiro mudou de lugar, mudou de banco e passou por 50 contas até cair em Jersey, de onde os dólares regressaram para o Brasil. A promotoria afirma que são negócios de fachada da família Maluf. Investiram mais de US$ 90 milhões na Eucatex, empresa dos mesmos Maluf.

A volta do dinheiro, acusa a promotoria, também foi feita por meio de empréstimo, compra de títulos e pagamentos adiantados em favor da Eucatex. Total da lavagem: mais de US$ 166 milhões.

O Ministério Público entrou nesta tarde com ação na Justiça cobrando da família Maluf a devolução do dinheiro convertido em moeda nacional: mais de R$ 300 milhões.

?As provas são cabais, no sentido de que todo esse dinheiro foi depositado em empresas de fachada, dominadas, controladas pelos filhos do ex-prefeito e também por contas do próprio ex-prefeito no exterior?, diz o promotor Silvio Marques.

São processados Paulo Maluf, a mulher dele, Silvya, os quatro filhos, e uma ex-nora, além da Eucatex e empresas estrangeiras da família Maluf.

Em outra frente, a promotoria briga para repatriar o saldo de contas internacionais. Foram bloqueados 1,8 milhão de euros na França, US$ 8 milhões em Luxemburgo, mais US$ 8 milhões na Suíça e ainda US$ 13 milhões em Jersey ?contas que Paulo Maluf sempre negou possuir no exterior.

?Não tenho nenhuma conta fora do Brasil. Só tenho conta aqui no Brasil. Vou passar uma escritura pública, de cessão de direitos: quem encontrar dinheiro meu fora do Brasil, o dinheiro é dele?, disse Maluf.

A intenção da promotoria é trazer o dinheiro bloqueado direto para o lugar de onde nunca deveria ter saído: os cofres da Prefeitura de São Paulo.

A assessoria de Maluf disse que ele não tem nem nunca teve dinheiro fora do Brasil, e que o aumento de capital da Eucatex é legal e foi aprovado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

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