O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Robert Gates, explicou em anúncio à imprensa que o novo plano de defesa antimísseis incluirá em sua primeira fase interceptores de mísseis em navios Aegis para ajudar a defender os aliados da Europa contra ameaças de mísseis de curto e médio alcance do Irã.
Segundo Gates, que participou da confecção da primeira versão do programa durante o governo de George W. Bush (2001-2008), o novo plano utiliza tecnologia mais moderna disponível atualmente e oferece melhor proteção à Europa do que a versão anterior. "A segurança da Europa foi prioridade em toda minha carreira. As circunstâncias e as fronteiras podem ter mudado, mas a ameaça continua", disse Gates, acrescentando que, enquanto a ameaça iraniana persistir, os EUA continuarão buscando formas de proteção. Segundo o acordo fechado pelo governo de George W. Bush entre Varsóvia e Washington, dez interceptores de mísseis balísticos de longo alcance seriam instalados até 2013 na Polônia.
O projeto inclui ainda um potente radar na República Tcheca. A ideia da administração Obama é investir em tecnologia mais moderna, bases marítimas em vez de apenas terrestres e interceptores móveis --capazes de se adaptar às ameaças quando e onde estiverem. O secretário disse que os navios a serem utilizados a médio prazo serão equipados com os mísseis interceptores SM-3, fabricados pela Raytheon Co., que dariam flexibilidade para mover o sistema de defesa antimísseis dos EUA para onde fosse necessário.
James Cartwright, vice-presidente da Joint Chiefs of Staff, comissão que reúne os mais graduados das Forças Armadas americanas, afirmou que o Pentágono pretende manter três navios no Mediterrâneo e no Mar do Norte para proteger "areas de interesse", com a possibilidade de enviar navios adicionais à região caso seja necessário.
Segunda fase
Gates explicou ainda que, até 2015, o plano de defesa entrará em uma segunda fase com a adoção de uma nova versão do interceptor SM-3, conhecida como Block IB, em bases terrestres. "Nós temos a oportunidade de usar novos sensores e interceptores no norte e no sul da Europa que providenciarão, em curto prazo, cobertura antimísseis contra ameaças mais imediatas do Irã e outros", disse Gates. Segundo o secretário, a administração Obama já iniciou o diálogo com a Polônia e a República Tcheca para a construção das bases terrestres para os novos mísseis.
Princípios Cartwright, que participou do anúncio ao lado de Gates, ressaltou que a mudança no plano de defesa na Europa não é uma mudança de princípios e prioridades. "Uma das coisas que não mudaram foi a prioridade, protegeremos primeiro nossa casa, depois nossos militares e nossos aliados", disse Cartwright, ressaltando que a revisão foi feita para se adaptar à nova tecnologia disponível. "Isso não é desvio de principio, mas reconhecimento de que há capacidade de enfrentar ameaça que vemos agora.Estamos adaptando para um sistema flexível, que permite adaptar a defesa conforme a ameaça muda efetivamente e não conforme gostaríamos que ela evoluísse", disse.