Por Francy Teixeira
Alçado como um dos principais opositores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o governador maranhense Flávio Dino (PC do B) concedeu entrevista nesta terça-feira (11) ao 'Agora', da Rede Meio Norte. Na ocasião, o gestor tratou sobre as articulações em torno da aquisição de mais vacinas, pontuando o papel diplomático assumido pelos Estados diante da inércia federal.
"Eu acho que o Brasil não pode ficar no atual ritmo de vacinação, essa é a premissa, temos menos vacinas que precisamos, no ranking proporcional estamos numa posição muito modesta, estávamos em 58º, então precisamos avançar para evitar que tenhamos a perenização desse quadro lamentável de 1 mil, 2 mil, 3 mil pessoas morrendo por dia, então precisamos de um cardápio maior de vacinas; ano passado o Governo Federal errou e errou gravemente ao apostar em apenas uma vacina, no caso a vacina Astrazeneca, que hoje é a mais contravertida, inicialmente houve o descarte da Pfizer e da Sinovac; imaginemos o desastre que teríamos esse ano tendo apenas a Astrazeneca, o Governo resolveu comprar a Pfizer, mas somente neste ano, eu tenho receio que os mesmos erros estejam ocorrendo com a vacina Sputnik, daí nós estarmos insistindo para que a Anvisa examine os documentos, não tenho formação técnica na área para dizer se tem ou não adenovírus replicante, o que estamos é juntando documentos, e oras apontando que na Argentina já houve 12 milhões de doses aplicadas, porque não pergunta se lá houve realmente adenovírus replicante ou é só uma tese", disse.
Dino afirmou que no ritmo atual o país não erradicará o coronavírus até o final de 2021 e será uma tragédia ainda maior. "São 212 milhões de brasileiros e brasileiras e no ritmo em que estamos indo chegaremos ao final de 2021 sem erradicar o coronavírus e isso trará muitas tragédias não apenas socioeconômicas, mas do Brasil com o mundo".
Em relação ao candidato apoiado pela base para concorrer ao Governo do Estado em 2022, Dino disse que ainda não há uma decisão entre Everton Rocha e Carlos Brandão, pontuando que ela será tomada por todo o grupo e deverá ocorrer no último bimestre do ano.
"Estamos conversando com os partidos de modo muito prudente, até porque ainda há um árduo período até a eleição do ano que vem, devemos concluir esse processo de consultas no mês de novembro/dezembro, aí teremos um cenário mais claro, estamos ainda numa fase muito embrionária eu diria, não há ainda esse agendamento da sociedade, tendo em vista a urgência colocada na vida da população, sendo assim eu vou deixar mais pra frente, vou fazer uma reunião com todos os partidos no dia 31 de maio, estabelecer um cronograma e esse cronograma deve nos levar a uma definição".
Questionado sobre a possibilidade de se filiar ao PSB, o governador do Maranhão apontou que ocorrerá uma reunião do PC do B no próximo final de semana, que dará uma maior clareza em relação a chance de uma migração ocorrer ou não.
"Nós temos um processo de debate interno dentro do PC do B, tendo em vista uma legislação eleitoral que impõe obstáculos aos partidos que não atingirem a claúsula de barreira, é um cenário novo, condizente a redução de partidos, muito provavelmente chegaremos em 22 a um número bem menor de partidos, neste contexto que venho discutindo com o PC do B o melhor caminho, teremos uma reunião neste final de semana com o diretório nacional. Posteriormente a esse debate partidário, é que eu poderei fazer ou não a migração, vamos aguardar a reunião do PC do B neste final de semana, aí que poderei ver melhor o caminho que o PC do B vai tomar, para tomar uma decisão".
Dino ainda diferenciou o ex-presidente Lula (PT) do atual chefe do Planalto Jair Bolsonaro (sem partido). "Todas as alternativas são mais razoáveis, menos aquela que envolve o Bolsonaro, ele é um ponto fora da curva, é um fascínora, um projeto de ditador, ele quer destruir o país. Qualquer um é melhor que o Bolsonaro. A trajetória prática de cada um, o Lula governou o Brasil por 8 anos, havia democracia, não havia ameaças, o Brasil era organizado, o país cresceu, se desenvolveu, tinha mais políticas sociais, mais emprego. Agora temos um país isolado, um presidente que não é convidado por país nenhum, um Governo tumultuado, que vive em confusão, isso é tudo menos Governo. As distinções são abissais entre um e outro".
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