Ap?s a elei??o do democrata Barack Obama como primeiro presidente negro dos Estados Unidos, a Casa Branca se prepara para mudar de m?os pela primeira vez em oito anos, em um momento cr?tico para os pa?s, que vive uma grave crise econ?mica e tem duas frentes de batalhas abertas em nome da luta contra o terrorismo internacional.
A mudan?a promete ser arrasadora: n?o s? marca a troca de republicanos por democratas no poder, como tamb?m consolida uma mudan?a racial e de gera??o no perfil de um chefe de Estado americano. Nos ?ltimos dias, j? se especulava sobre a equipe que Obama levaria ? Casa Branca se ganhasse as elei?es. Uma das apostas ? Rahm Emanuel, o chefe da bancada democrata na C?mara de Representantes, que deve ser convidado para ser chefe de gabinete do presidente eleito.
Outros nomes fortes s?o os do governador do Novo M?xico, Bill Richardson, e o da assessora de Pol?tica Externa da campanha de Obama, Susan Rice, ambos cotados para assumir o Departamento de Estado, ? frente do qual se encontra a republicana Condeleezza Rice. J? para o posto de porta-voz da Casa Branca, os favoritos seriam St?phanie Cutler, assessora de imprensa do ex-candidato democrata John Kerry, e Robin Gibbs, que falou por Obama ao longo de toda a campanha.
O que ? dado como certo, segundo os especialistas, ? que Obama vai quer ser r?pido no processo de transi??o. Na lembran?a dos democratas, est? a demora de Bill Clinton em montar sua equipe ap?s ter sido eleito presidente em 1992, o que fez ele come?ar mal o seu mandato e terminar de maneira desastrosa seus dois primeiros anos na presid?ncia.
A equipe de transi??o de Obama, liderada pelo ex-chefe de gabinete de Clinton, John Podesta, est? h? semanas em contato direto com o Conselho de Coordena??o da Transi??o (TCC, na sigla em ingl?s) da Casa Branca. A atual Administra??o j? vinha preparando o acesso dos candidatos a informa?es sobre os trabalhos do servi?o secreto, sobre quest?es de seguran?a nacional e sobre a crise financeira. Especificamente, esse ?ltimo problema ? o que, de imediato, mais trabalho dar? ao presidente eleito.
Economia
Em apenas dez dias, acontecer? em Washington uma c?pula do G-20, grupo que re?ne os pa?ses mais desenvolvidos e as principais economias em desenvolvimento. No encontro, as na?es participantes debater?o poss?veis solu?es para crise financeira internacional. Por enquanto, os primeiros sinais s?o bons. As Bolsas de Nova York fecharam em alta nesta ter?a-feira, 4, em uma mensagem de boas-vindas ?s mudan?as na Casa Branca.
A Casa Branca j? deixou claro que n?o espera que o vencedor participe diretamente da reuni?o em Washington. Obama, por sua vez, disse que n?o iria interferir na reuni?o e deixaria o atual presidente, George W. Bush, comand?-la.
Ainda assim, disse a porta-voz da Casa Branca, Dana Perino, a representa??o americana buscar? as opini?es do presidente eleito. Embora o novo chefe de Estado v? assumir s? em 20 de janeiro, durante os meses de transi??o ele j? ter? que se preparar para decis?es que podem ser muito dif?ceis, especialmente no que respeita aos conflitos no Iraque e no Afeganist?o.
Iraque e Afeganist?o
Ao longo de sua campanha, Obama prometeu que poria fim aos confrontos no Iraque o mais r?pido poss?vel, embora tenha suavizado sua postura ao longo dos meses, deixando de lado um prazo taxativo de 16 meses para defender que o principal fator a ser considerado ser?o as condi?es sobre o terreno.
Obama tamb?m prometeu que dar? prioridade ao conflito no Afeganist?o, onde pretender refor?ar a presen?a das tropas americanas. As negocia?es sobre o futuro dos soldados dos EUA no Iraque ainda est?o avan?aram, e os funcion?rios em Washington s?o cada vez mais pessimistas quanto ? sua conclus?o antes do fim do ano, quando expira o mandato da ONU que regula essa presen?a.
A atitude que possa adotar o presidente eleito ser? importante para o ?xito dessas conversas. Ap?s oito anos de uma Casa Branca muito criticada no exterior, tamb?m ser? interessante ver como se transcorrem os primeiros meses de uma Administra??o democrata com Obama ? frente. Ser?o significativas, por exemplo, as primeiras viagens do novo chefe de Estado.