A Polícia Federal está examinando cuidadosamente não apenas o celular de Mauro Cid, que tem revelado conteúdos relacionados a planos de golpe de Estado e fraude de vacinas, mas também os dispositivos de dois ex-auxiliares próximos de Cid: Max Guilherme Machado de Moura e Sergio Rocha Cordeiro. Ambos estiveram ao lado de Bolsonaro desde seus dias na Câmara dos Deputados. A PF está analisando minuciosamente esses aparelhos em busca de informações relevantes para a investigação em curso.
Max Guilherme Machado de Moura, inicialmente atuando como segurança do ex-presidente, foi posteriormente promovido a assessor especial da Presidência. Após a derrota de Bolsonaro nas eleições, Max Guilherme foi nomeado como um dos assessores aos quais Bolsonaro tem direito como ex-presidente. Durante a estadia de três meses do ex-chefe do Executivo nos Estados Unidos, Max Guilherme chegou a acompanhá-lo durante essa viagem.
O capitão da reserva Sergio Cordeiro ocupava um cargo de alto nível como assessor da Presidência desde o governo anterior. A proximidade direta de ambos, Max Guilherme e Sergio Cordeiro, com Bolsonaro, bem como o longo tempo em que trabalharam com o ex-presidente, são motivos de preocupação no círculo próximo ao capitão devido à possibilidade de exposição de dados que possam estar presentes em seus telefones. Max Guilherme, Sergio Cordeiro e Mauro Cid permanecem detidos.
O celular do próprio ex-presidente, apreendido pela Polícia Federal, também é motivo de preocupação. No entanto, a família de Bolsonaro avalia que ele sempre tomou precauções em relação ao seu telefone, trocando-o frequentemente e adotando medidas para evitar discutir assuntos "delicados" por meio do aparelho.
O celular do senador Marcos do Val, do partido Podemos do Espírito Santo, também está gerando tensões. Aliados de Bolsonaro afirmam que o ex-presidente não costumava ter conversas com o parlamentar. No entanto, existe um receio de que Do Val possa ter utilizado o nome de Bolsonaro em situações que possam implicá-lo ainda mais no âmbito judicial.
A PF está analisando o conteúdo desses e de outros telefones apreendidos em operações para produzir relatórios com o material extraído dos aparelhos. Essas provas são apontadas por investigadores como centrais nos inquéritos que miram Bolsonaro e seus auxiliares.