O candidato a prefeito de São Paulo pelo PRTB, o influencer Pablo Marçal, tem sido crítico do Bolsa Família, referindo-se ao programa como "bolsa miséria" em diversas ocasiões. Durante sabatina da Uol/Folha, ele afirmou que muitos dos beneficiários são "desempregados profissionais" e que o assistencialismo impede as pessoas de trabalharem, o que não corresponde à realidade. Marçal sugere que o Bolsa Família contribui para manter a população dependente, ao invés de incentivar a prosperidade.
Assistencialismo com impostos altos
Na sabatina, Marçal reforçou a ideia de que os beneficiários são proibidos de trabalhar, o que é incorreto. Ele afirmou que a cidade de São Paulo, que tem cerca de 695 mil beneficiários do programa, possui mais desempregados do que os números oficiais indicam, pois inclui aqueles que recebem o benefício. Ele argumenta que o assistencialismo do governo é sustentado por impostos altos e cria uma dependência indesejada.
Controverso
Durante uma entrevista à GloboNews, Marçal disse que o Bolsa Família é um dos motivos pelos quais o Brasil não gera mais empregos, ignorando que a taxa de desemprego atingiu o menor patamar para o mês de maio desde 2014, de acordo com dados do IBGE. Ele defende que a solução seria isentar as empresas de impostos sobre a folha de pagamento, incentivando a contratação e reduzindo a necessidade de programas de transferência de renda.
Acabar o programa
Marçal tem repetido sua promessa de acabar com o Bolsa Família até 2026, ano da próxima eleição presidencial. Ele acredita que sua alternativa, baseada em incentivos fiscais para empresas, geraria mais empregos e dignidade para os trabalhadores. No entanto, ele não apresentou detalhes sobre como seu plano funcionaria em escala nacional.
Proposta de acabar com o programa
"A ideia que vamos fazer em 2026 é não vai mais existir o "bolsa miséria". Nós vamos isentar a empresa [de impostos] da folha [de pagamento]. Ela não vai pagar o imposto sobre o salário e, ao invés de dar um "bolsa miséria", vai triplicar o dinheiro pra pessoa (...) A pessoa vai sair de casa para aprender uma profissão, mas só vai receber se trabalhar. Pronto", disse em palestra em 2023.
Cidades menores
O candidato também criticou o impacto do Bolsa Família em cidades menores, afirmando que em muitas delas há mais pessoas recebendo o benefício do que trabalhadores com carteira assinada. Ele considera esse cenário como um exemplo de como o programa supostamente perpetua a pobreza e prejudica o desenvolvimento econômico do país.
Sem respostas às críticas
Apesar das declarações contundentes, Marçal não respondeu às perguntas feitas pela reportagem sobre suas críticas ao programa. O espaço segue aberto para que ele se manifeste e esclareça sua posição de maneira mais detalhada.