O candidato do PT ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha, disse nesta terça-feira que seu único adversário na disputa é o governador Geraldo Alckmin (PSDB), que tenta a reeleição. As declarações foram dadas após evento com empresários no qual o ex-ministro da Saúde não poupou críticas à gestão tucana, especialmente no que se refere ao transporte público.
?A cidade de São Paulo não pode mais viver com 76 quilômetros de metrô?, disse. ?Metrô tem que ser metropolitano e chegar até Guarulhos, Taboão da Serra?, continuou o candidato, que afirmou que aposta no modelo de concessões. ?É o mesmo modelo de concessão que o governo federal adotou recentemente, com a concessão de aeroportos, por exemplo. E queremos fazer aqui para destravar a expansão do metrô?, disse Padilha durante seminário organizado pelo Lide ? Grupo de Líderes Empresariais.
Ainda sobre transportes, o petista disse que pretende investir na construção de hidrovias. ?São Paulo, um gigante como esse, não pode continuar circulando sua carga apenas por rodovias.?
Após o seminário, em entrevista aos jornalistas, Padilha voltou a fazer críticas ao governo de Alckmin, dessa vez com relação à crise de abastecimento de água pela qual passa o Estado. ?Nós faremos em quatro anos as obras que em dez anos não foram feitas pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo). São obras que aumentarão a oferta de água, para reduzir a dependência do sistema Cantareira?, disse. ?Faltou planejamento?, completou.
Luiz Moura
Padilha minimizou o apoio declarado pelo deputado estadual petista Luiz Moura, que foi afastado do partido após suspeitas de que teria ligação com membros da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). ?Isso está absolutamente superado. O PT foi rápido e firme em ser implacável com qualquer irregularidade?, disse Padilha, sem comentar, no entanto, se estaria incomodado com o apoio.
Além do afastamento do partido, a suposta ligação com o PCC fez com que Moura tivesse seus direitos políticos suspensos pela Justiça Eleitoral, o que o deixou de fora da convenção estadual do PT que definiu os candidatos nas eleições. O deputado, contudo, recorreu à Justiça para poder concorrer e agora aguarda decisão.