Em uma entrevista à jornalista Bernarda Llorente, da agência pública de notícias argentina Télam, o papa Francisco emitiu uma advertência velada aos líderes populistas de extrema-direita na América Latina, como Javier Milei na Argentina e Jair Messias Bolsonaro (PL) no Brasil. O Pontífice alertou sobre a tentação de buscar soluções messiânicas para os desafios políticos, desacreditando as promessas de salvadores e flertando com líderes "palhaços messiânicos".
A crítica de Francisco foi especialmente direcionada ao argentino Milei, que se posiciona como salvador da pátria para a crise econômica do país vizinho e goza de popularidade entre os jovens. O papa destacou a importância de enfrentar os conflitos e crises políticas com ações efetivas, em vez de recorrer a figuras que prometem soluções milagrosas.
Ao abordar a tendência de alguns líderes de se apresentarem como "apolíticos" ou "encantadores", o papa referiu-se aos "flautistas de Hamelin", comparando-os aos personagens da famosa fábula dos irmãos Grimm. Ele expressou preocupação com líderes encantadores que conduzem as pessoas à desilusão, destacando que as grandes ditaduras muitas vezes surgem de ilusões momentâneas.
Francisco ressaltou sua posição não comunista, enfatizando que suas ideias são fundamentadas no Evangelho. Ele defendeu a importância de cuidar das camadas mais vulneráveis da sociedade, sem necessariamente se alinhar a rótulos políticos específicos. O papa concluiu enfatizando a necessidade de enfrentar as crises e desafios, em vez de buscar soluções simplistas e ilusórias.
A entrevista do papa Francisco ecoa em um contexto político latino-americano marcado por polarizações e líderes populistas, proporcionando uma reflexão sobre os perigos das abordagens simplistas e messiânicas na governança.
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