O papel de Janja, esposa de Lula, no episódio dos atos golpistas de 8 de janeiro, tem sido motivo de debate. Aliados e membros do governo declararam que sua atuação na decisão de não decretar a Garantia da Lei e da Ordem (GLO) foi um gesto de gentileza do presidente, e não uma imposição da primeira-dama. O advogado Wilson Ramos Filho, o Xixo, considera a ideia de grande influência de Janja sobre Lula uma "lenda", reforçando que o presidente nunca afirmou que sua decisão foi limitada pela esposa.
Segundo Edinho Silva, ex-prefeito de Araraquara, Janja teve um papel decisivo no dia 8 de janeiro, quando, ao ouvir a sigla GLO, alertou para o risco de "entregar o poder aos militares". Lula, então, teria respondido que, se os militares quisessem poder, deveriam disputar eleições. O ex-prefeito reforçou essa versão em entrevista ao podcast "Janja" e no documentário "8/1, a Democracia Resiste", da GloboNews, no qual Lula também ressaltou a influência de Janja na não acessibilidade da GLO.
oposição à GLO
Embora os defensores de Janja frequentemente enalteçam seu protagonismo, membros do governo evitam refutar a narrativa, reconhecendo que, além dela, outras figuras importantes, como o ministro Alexandre de Moraes e o presidente da Câmara, Arthur Lira, também se opuseram à GLO. Os membros próximos a Lula, no entanto, apontam que, com a sua experiência política, o presidente jamais tomaria uma decisão errada sobre o decreto.
Além de sua influência no episódio da GLO, Janja também desempenhou um papel relevante na formação do ministério de Lula, com destaque para a indicação de três mulheres para cargos de destaque. Anielle Franco, Margareth Menezes e Ana Moser foram nomeadas com apoio de Janja. No entanto, a primeira-dama não conseguiu emplacar Maria Helena Guarezi no Ministério das Mulheres, sendo ela nomeada para outra posição.
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