Neste sábao (5), o PT formalizará seu apoio à pré-candidatura do deputado federal Guilherme Boulos (Psol) na disputa pela Prefeitura de São Paulo em 2024. O anúncio ocorrerá ao final do congresso municipal do partido, que contará com a presença de lideranças nacionais petistas, incluindo os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário), Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e a presidente nacional da sigla, Gleisi Hoffmann. Guilherme Boulos também participará do evento para formalizar a aliança.
Conforme o acordo estabelecido entre as duas legendas, o PT ocupará a posição de vice na chapa de Boulos. Essa será a primeira vez, desde 1988, que o partido não lançará um candidato próprio na maior cidade do país, que possui 9,3 milhões de eleitores.
O congresso partidário do PT paulistano teve início na sexta-feira (4) e neste sábado (5) serão definidas as estratégias eleitorais para 2024, com delegados representando os 37 diretórios zonais da capital paulista.
Diante da ausência de um nome forte do PT para a corrida eleitoral em São Paulo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou seu apoio a Boulos há cerca de um ano e quatro meses, em 25 de março de 2022. Essa declaração foi feita quatro dias após Boulos retirar sua pré-candidatura ao governo paulista para apoiar Fernando Haddad na disputa estadual.
Fernando Haddad, atual Ministro da Fazenda, dedicará seus esforços na campanha do deputado do Psol. Um dos nomes cotados para a vice na chapa é o da professora e pesquisadora Ana Estela Haddad, esposa do ministro e secretária de Informação e Saúde Digital do Ministério da Saúde.
Vale ressalar que, além de manter a aliança nacional com o Psol, Lula busca evitar o insucesso eleitoral que o partido teve em São Paulo em 2020, quando não apoiou Guilherme Boulos na disputa paulistana e lançou o deputado federal Jilmar Tatto. Na época, para quem não lembra, o petista obteve o sexto lugar, com 8,65% dos votos, o pior desempenho eleitoral do PT na capital paulista desde 1988. Boulos chegou ao segundo turno, mas foi derrotado pelo então prefeito e candidato à reeleição, Bruno Covas (PSDB), falecido no mês de maio de 2021.
Dentro do PT-SP, Jilmar Tatto lidera um movimento contra o apoio ao Psol, defendendo a candidatura própria do partido. Vereadores e pré-candidatos a vereador temem perder espaço na Câmara Municipal caso não tenham um candidato do PT para auxiliar nas eleições legislativas. Em 2020, o PT chegou a eleger oito vereadores, um a menos do que em 2016. O Psol, por sua vez, triplicou sua bancada, passando de dois para seis, impulsionado pelo bom desempenho de Boulos, que concorreu à prefeitura naquela eleição e chegou ao segundo turno.
Apesar da resistência inicial, a atuação de Lula e da cúpula petista conseguiu minimizar as objeções. O dirigente nacional do PT e deputado, Jilmar Tatto, afirmou que apoiará Boulos e que o acordo eleitoral feito por Lula deve ser cumprido. Lideranças petistas chegaram a tentar filiar Boulos ao partido, mas o líder do Psol na Câmara rejeitou a proposta.
Laércio Ribeiro, presidente do PT de São Paulo, ressaltou que a resistência a Boulos "arrefeceu". Ele enfatizou que o partido deve manter a frente ampla construída por Lula em 2022 para as próximas eleições e ter "maturidade" para ceder espaço aos aliados nas disputas municipais do anos de 2024.