Partidos com representação no Congresso já anunciaram as indicações de pelo menos 18 dos 32 integrantes da CPI mista criada nesta quinta (19) para investigar as relações de políticos, governantes e empresários com o bicheiro Carlos Augusto Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso desde fevereiro, acusado de chefiar um esquema de jogo ilegal.
O prazo oficial para as indicações termina na próxima terça-feira (24), mas muitas legendas já anteciparam os nomes dos indicados. Na terça, haverá nova sessão do Congresso Nacional (que reúne deputados e senadores) para que seja feita a instalação da CPI. Nessa sessão, serão oficializados os nomes dos titulares e suplentes da comissão.
A CPI terá seis meses para investigar os fatos, mas o período pode ser prorrogado. Uma comissão de inquérito tem poderes para pedir quebra de sigilo fiscal e telefônico. Ao final, um relatório sobre a investigação será encaminhado para o Ministério Público Federal, que poderá tomar medidas judiciais cabíveis nas áreas cível ou criminal.
Apesar do requerimento que criou a CPI informar que a comissão terá 15 deputados e 15 senadores (com distribuição proporcional pelas bancadas), o regimento do Congresso Nacional prevê uma vaga extra em cada casa a ser destinada a um partido que não tenha bancada necessária para ter direito a participar da comissão. No Senado, essa vaga será destinada ao PSB. Na Câmara, ao PC do B.
A presidência da comissão caberá a um senador do PMDB, e a relatoria, a um deputado do PT. Os dois cargos são os mais importantes da CPI.
Na Câmara, 13 dos 16 deputados já foram anunciados. Somente o PT não apresentou seus nomes.
"Eu sei os perfis, eu sei os nomes, está tudo na minha cabeça. Só não vou contar para vocês", disse o líder do partido na Câmara, deputado Jilmar Tatto (PT-SP).
Ele pretende usar até o final o prazo dado para as indicações, que termina às 19h30 da próxima terça-feira.
No Senado, apenas duas indicações de titulares foram feitas até agora. O bloco União e Força, formado por PTB, PR e PSC, apresentou os nomes de Fernando Collor (PTB-AL) e Vicentinho Alves (PR-TO). A oposição definiu seis nomes, mas não quais serão titulares ou suplentes: Álvaro Dias (PSDB-PR), Jayme Campos (DEM-MT), Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) e Randolfe Rodrigues (PSOL-AP).
As outras vagas no Senado, pertencentes ao bloco de apoio ao governo e à maioria, ainda não têm nomes definidos.