Os deputados federais Paulo Pereira da Silva (SD-SP), conhecido como Paulinho da Força, e Beto Mansur (PRB-SP) foram hostilizados por passageiros na noite de domingo (19) em um voo de São Paulo para Brasília. Eles estão entre os principais articuladores do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff (PT) e entre os aliados mais próximos do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Segundo Mansur, que é primeiro-secretário da Câmara, o grupo que os hotilizou era formado por sindicalistas ligados ao Banco do Brasil. Ele contou que estava sentado na primeira fileira do avião e viu quando um passageiro, com uma filmadora na mão, se levantou e começou a gritar em direção a Paulinho, que estava sentado cinco fileiras atrás.
“Eles o chamavam de ‘fascista’, ‘golpista’ e ‘Paulinho da Farsa Sindical’. E o Paulinho não revidou, pegou uma revista para ler. Eu vi que o Paulinho estava sozinho e fui defendê-lo. Eu me insurgi contra eles e começou um bate-boca. Eu não achei certo aquilo. Eu comecei a dizer que fascistas eram eles, que quem tinha dado voto [para a Dilma] foram eles”, contou Mansur, que passou também a ser alvo dos manifestantes.
A discussão aconteceu durante o voo e durou cerca de 20 minutos. O clima só se acalmou depois que os comissários de bordo intervieram e uma delas ameaçou chamar a Polícia Federal.
O G1tentou contato com o deputado Paulinho da Froça, mas não havia obtido resposta até às 16h45.
A reportagem procurou o Sindicato dos Bancários de Brasília, que informou que os responsáveis pelo protesto não são ligados à entidade.
Líder do DEM agredido
Recentemente, o líder do DEM, deputado Pauderney Avelino (AM), outro que liderou a campanha pelo impeachment de Dilma, foi agredido ao desembarcar no Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, na Zona Oeste de Manaus.
Na ocasião, um grupo de manifestantes, segurando faixas com os dizeres “golpista”, interceptou o parlamentar no saguão do aeroporto. Um dos manifestantes chegou a esfregar um cartaz no rosto do deputado.
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