RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS)
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta sexta-feira (6) que o número de iPhones em território brasileiro é maior do que o de habitantes. O discurso, enaltecendo o governo Bolsonaro pelo investimento em tecnologia, foi feito na cerimônia para lançar o Plano Nacional de Fertilizantes –antecipado pela crise decorrente da guerra na Ucrânia.
De acordo com o ministro, a pandemia foi responsável por lançar, mais rapidamente, o Brasil em direção a um futuro tecnológico.
"Nosso presidente já era digital e somos o quarto maior mercado digital do mundo. Tem mais iPhones no Brasil do que população. Os brasileiros têm um, dois iPhones, às vezes."
Apesar de o ministro afirmar, sem dados, que o Brasil já é uma nação de 'profundidade digital', o país ainda apresenta desigualdade no acesso à internet, por exemplo. Em dezembro de 2021, a Folha mostrou que 55 milhões de brasileiros ficam uma semana sem internet todo mês.
Segundo dados do Instituto Locomotiva e do Idec (Instituto de Defesa do Consumidor), 45% dos usuários mais pobres (classes C, D e E) têm planos de telefonia móvel que se esgotam antes de o mês acabar.
Paulo Guedes ainda afirmou que, para além da pandemia, a guerra na Ucrânia forçou a sociedade brasileira ao progresso tecnológico. Com a crise envolvendo a escassez de fertilizantes importados da Rússia, o governo antecipou o lançamento do Plano Nacional de Fertilizantes.
"Estamos trabalhando na matriz de aprofundamento da cadeia produtiva em direção aos fertilizantes. O que essa guerra faz é nos jogar também mais aceleradamente em direção ao futuro."
Atualmente, o Brasil é o quarto maior consumidor de fertilizantes do mundo, atrás de China, Índia e Estados Unidos, e o maior importador mundial desses insumos. A Rússia responde sozinha por 23% das importações brasileiras de fertilizantes, que somaram US$ 15,2 bilhões (R$ 78,4 bilhões) no ano passado.
O Plano Nacional de Fertilizantes visa ampliar a exploração dos insumos em minas locais e elevar a produção dos fertilizantes em fábricas nacionais para reduzir a dependência internacional, a partir de mudanças no arcabouço regulatório e tributário, bem como a concessão de subsídios e financiamentos públicos.