
Uma perícia da Polícia Civil do Distrito Federal apontou como incorreta a legenda do vídeo que apontava que o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) teria premeditado cuspir no colega Jair Bolsonaro (PSC-RJ) em abril, no plenário, quando os parlamentares decidiam se dariam ou não sequência ao processo de impeachment da então presidente Dilma Rousseff. A suposta intenção foi denunciada na web pelo também deputado Eduardo Bolsonaro (PSC-SP).
Nas imagens, divulgadas em rede social, Wyllys conversa com Chico Alencar (PSOL-RJ). Uma legenda acrescentada ao vídeo trazia a mensagem “eu vou cuspir na cara do Bolsonaro, Chico”. Além disso, a narração apontava que a gravação ocorreu antes do cuspe. A perícia, porém, apontou que o vídeo ocorreu depois e que o deputado disse “eu cuspi na cara do Bolsonaro, Chico”.

O vídeo foi apresentado ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, que pediu à Polícia Civil que fosse feita a leitura labial. Wyllys é alvo desde outubro de processo disciplinar que apura se houve quebra de decoro parlamentar durante o ocorrido. Por telefone, a Casa disse que o resultado da perícia foi encaminhado ao relator, Ricardo Izar (PP-SP). A próxima reunião do conselho está prevista para o dia 13.
Wyllys sempre negou ter premeditado o cuspe e afirmou que a atitude ocorreu em reação a provocações homofóbicas sofridas no momento em que ele votava. De acordo com a assessoria do deputado, foram usadas expressões como “veado”, “boiola” e outras de baixo calão.
A assessoria do parlamentar também declarou que vai esperar as decisões do Conselho de Ética sobre o caso para decidir se entra com uma representação contra Bolsonaro pela divulgação do vídeo com a legenda caluniosa. Para o deputado, houve tentativa de fraude ao andamento dos trabalhos legislativos, como forma de alterar o resultado do processo do conselho.