Pesquisa aponta que pessimismo com economia diminuiu

O governo Dilma Rousseff segue rejeitado por 64%.

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Apesar da queda do PIB estimada em 4% em 2015, houve uma redução, entre o final do ano passado e agora, do pessimismo da população em relação à sua própria situação econômica e à do Brasil, aponta pesquisa Datafolha.

Apesar disso, o governo Dilma Rousseff segue rejeitado por 64% dos brasileiros, taxa praticamente idêntica à de dezembro. Outros 60% (mesmo percentual de há dois meses) querem que a Câmara dos Deputados vote a favor do impeachment da presidente.

O levantamento do Datafolha realizado entre os dias 24 e 25 de fevereiro indica que, na comparação com pesquisa feita em dezembro, os brasileiros estão menos apreensivos. O Índice Datafolha de Confiança, que tem como base expectativas econômicas e pessoais, subiu sete pontos, alcançando 87 pontos.

Embora abaixo de 100 pontos, o que deixa o índice ainda no campo negativo, essa é a maior taxa desde dezembro de 2014 (121 pontos), pouco antes do início do segundo mandato de Dilma.

As variações foram mais significativas nas expectativas da situação econômica do entrevistado (+15 pontos) e do país (+17). Os brasileiros também estão menos pessimistas em relação ao desemprego e à deterioração do poder de compra.

Apesar das expectativas terem melhorado, o desemprego segue em alta no país, a renda dos brasileiros está em queda e a inflação persiste acima da faixa de um dígito, apesar da forte recessão.

O número de desempregados no Brasil chegou a 9,1 milhões no trimestre de setembro a novembro de 2015. É o maior já registrado pelo IBGE desde o início da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua mensal, em 2012.

EMPREGO

Para o diretor de Pesquisas do Datafolha, Alessandro Janoni, o início de cada ano produz na população uma "percepção de melhora", fato que pode ter impactado na avaliação geral do índice de confiança medido pelo instituto.

Parte da redução do pessimismo com o mercado de trabalho pode ser explicada pelo aumento no total dos que têm conseguido trabalhar por conta própria: foram quase 1 milhão a mais no trimestre até novembro em relação ao ano anterior, segundo dados oficiais.

SEGMENTOS

O levantamento mostra que embora siga estável o percentual dos que acham ruim ou péssimo o governo Dilma (64%), houve um pequeno aumento dos que o consideram apenas regular. A taxa passou de 22% em dezembro para 25% agora.

Essa evolução foi maior entre os brasileiros que vivem no Nordeste e entre os menos escolarizados.

INVESTIGAÇÕES

A pesquisa, realizada na semana passada, foi feita depois da notícia da prisão do publicitário João Santana e de sua mulher, Mônica Moura. Planilha apreendida pela Polícia federal indica que o marqueteiro recebeu ao menos R$ 4 milhões da Odebrecht no Brasil em 2014, quando trabalhava para a reeleição de Dilma.

Segundo as investigações, há suspeita de que dinheiro desviado do esquema de corrupção na Petrobras possa ter abastecido contas do publicitário e de sua mulher. A Odebrecht e Santana negam irregularidades.

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