Petista João Pedro é eleito presidente da CPI da Petrobras e indica Jucá para a relatoria

A ampla maioria governista na CPI da Petrobras confirmou nesta terça-feira a indicação do senador João Pedro

João Pedro é eleito presidente da CPI da Petrobras | Divulgação
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A ampla maioria governista na CPI da Petrobras confirmou nesta terça-feira a indicação do senador João Pedro (PT-AM) para presidir as investigações contra a estatal. Ele foi eleito por 8 a 3. João Pedro indicou o líder do governo no Senado, Romero Jucá (RR), para a relatoria da comissão --cargo mais cobiçado por definir os rumos da investigação.

A escolha do petista e do peemedebista segue a recomendação do Palácio do Planalto para que o comando da comissão seja entregue a fiéis aliados --que podem evitar eventuais constrangimentos futuros ao governo e aos diretores da empresa.

O petista marcou para 6 de agosto os inícios do trabalho da CPI. Ele elogiou a Petrobras e pediu responsabilidade para a oposição. "A responsabilidade não pode ser só do governo. Tem que ser dos 11 senadores, de tratar desta empresa. Sei da responsabilidade e por isso todos os parlamentares estão tratando deste assunto como estratégia para o Brasil. Esta empresa está presente em 28 países. Tenho a responsabilidade, como todos os outros senadores, de focarmos nas investigações, trabalharmos com um debate profundo com a transparência e verdade", afirmou.

João Pedro chegou a disputar o cargo com o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) que foi indicado pela oposição como uma reclamação à orientação do governo para os governistas ocuparem presidência e relatoria.

João Pedro agradeceu a eleição e destacou sua ligação com o setor. "Quero agradecer apoio do PMDB, dos parlamentares que compõem esta CPI e dizer que estou indicado para fazer parte deste debate."

Na reunião, o presidente interino, senador Paulo Duque (PMDB-RJ) protagonizou um mal estar com o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), que lançou o nome da oposição na disputa. Duque quis iniciar a votação sem que os senadores pudessem defender seus escolhidos. Guerra reclamou aos berros e exigiu abertura da discussão dos nomes.

A instalação da CPI foi marcada pelos discursos da oposição em defesa da investigação e dos governistas na tentativa de assegurar que a comissão tem caráter político para tentar antecipar os debates da eleição de 2010.

O líder do PT, Aloizio Mercadante (SP), pediu prudência na CPI e disse que não vai deixar que a comissão se transforme em disputa eleitoral antecipada. "Nós queremos prudência. Não é verdade que é tradição no senado que a minoria fique com um dos cargos. No governo passado, que éramos minoria, nunca tivemos a relatoria ou presidência de CPI", disse.

Para o presidente do PSDB, a CPI é necessária para preservar o patrimônio dos brasileiros. Guerra disse que a reação da CPI ao pedido de investigação foi inesperada. "Nós não vamos ser irresponsáveis, não vai sobrar para nós a acusação de imprudentes. Nós não entramos nessa CPI de brincadeira, sabemos da importância dela, mas a reação à nossa iniciativa foi brutal, absolutamente desproporcional", disse.

Entrega

O líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), disse que após a instalação da comissão, a oposição deve oficializar a devolução da CPI das ONG se enterrar a CPI do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte).

Os governistas tinham condicionado a criação da CPI da Petrobras a esses dois movimentos da oposição, mas trabalhavam para esvaziar as reuniões da comissão para adiar o início das investigações da Petrobras.

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