A Polícia Federal confiscou, na residência do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência (GSI), o general Augusto Heleno, uma agenda contendo anotações manuscritas de natureza golpista. Ele foi um dos alvos da operação policial realizada nesta quinta-feira, que investiga um suposto plano de golpe de Estado.
A agenda, de acordo com os investigadores, apresenta anotações de caráter antidemocrático, alinhadas com outros documentos de natureza golpista descobertos ao longo da investigação. Um desses documentos estava no escritório de Jair Bolsonaro, na sede do PL, sendo apreendido nesta quinta-feira.
Na agenda de Heleno, há anotações a mão sobre limitar o poder de atuação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, mediante a um suposto entendimento jurídico que seria baseado em parecer da Advocacia-Geral da União (AGU). As anotações também dizem que as ordens de um juiz suspeito seriam ilegais, com possibilidade de prisão do delegado que as cumprisse.
Para a PF, as anotações da agenda do general da reserva mostram que os temas golpistas eram debatidos de maneira recorrente pelo núcleo do governo de Jair Bolsonaro. Um fato que reforça isso foi o discurso golpista encontrado na operação de ontem na sala de Bolsonaro, na sede do PL.
Novos papéis também foram apreendidos da casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, que mais uma vez foi alvo das buscas. O material está em análise pela PF. No ano passado, uma minuta com uma proposta de golpe foi encontrada no armário do ex-ministro.