A Polícia Federal (PF) cumpriu na manhã desta quinta-feira (14) mandado de busca e apreensão no apartamento ex-governador de Mato Grosso e atual ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP), na Asa Sul, zona nobre de Brasília. Policiais federais também fizeram diligências nesta manhã em São Paulo e no Mato Grosso.
Os mandados de busca fazem parte da Operação Malebolge (12ª fase da Ararath). As ordens judiciais foram expedidas pelo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido da Procuradoria Geral da República (PGR).
Ao todo, estão sendo cumpridos mandados em 64 endereços, em dois estados e na capital federal. No Mato Grosso, há diligências em nove municípios: Cuiabá, Rondonópolis, Primavera do Leste, Araputanga, Pontes e Lacerda, Tangará da Serra, Juara, Sorriso e Sinop.
Segundo a assessoria da PF, há 270 policiais federais e procuradores da República envolvidos na operação desta quinta.
Em depoimento de seu acordo de delação premiada, o ex-governador de Mato Grosso Silval Barbosa (PMDB) acusou Blairo Maggi de participar de um esquema de corrupção no estado.
Silval relatou ao Ministério Público Federal que o senador Cidinho Santos (PR-MT) prometeu ajuda de Blairo, do atual governador de Mato Grosso, Pedro Taques (PSDB), e do senador Wellington Fagundes (PR-MT) para que ele não fizesse delação premiada. O acordo acabou sendo feito e foi homologado pela Justiça.
A colaboração premiada de Silval Barbosa foi homologada, em agosto, pelo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Na delação, Silval Barbosa contou à Procuradoria Geral da República (PGR) como funcionava o esquema de corrupção no governo de Mato Grosso. O delator foi vice-governador no segundo mandato de Blairo – de 2007 a 2010.
Em 2010, Silval assumiu o governo mato-grossense, quando Blairo Maggi se desincompatibilizou do Executivo estadual para concorrer ao Senado. No mesmo ano, o delator foi reeleito.
Silval Barbosa foi preso exatamente há dois anos, em 14 de setembro de 2015, acusado de recebimento de propina na distribuição de incentivos fiscais. Ele permaneceu quase dois anos na cadeia, mas foi autorizado a ficar preso em regime domiciliar em junho deste ano.
Blairo Maggi é investigado na Operação Lava Jato por suposto recebimento de R$ 12 milhões em sua campanha à reeleição, em 2006, com base em relatos de delatores da construtora Odebrecht. O governo Temer tem dez ministros investigados no Supremo.