PF não vai passar boiada, diz delegado no Amazonas após críticas

Delegado, Alexandre Saraiva afirma que é a primeira vez que vê um ministro do Meio Ambiente se posicionar contra ação protetiva

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles | O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles- Foto: José Cruz, Agência Brasil
Siga-nos no Seguir MeioNews no Google News

Com a maior apreensão de madeira da história do Brasil no Amazonas virou motivo de atrito entre a Polícia Federal e o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.

O ministro foi na quarta-feira (31) ao Pará, onde fez uma espécie de verificação da operação. Salles aponta falhas na ação e tem dito que há elementos para achar que as empresas investigadas estão com a razão.

Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, o chefe da PF do Amazonas, Alexandre Saraiva, 50, diz que é a primeira vez que vê um ministro do Meio Ambiente se manifestar de maneira contrária a uma ação que visa proteger a floresta amazônica.

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles- Foto: José Cruz, Agência Brasil

“É o mesmo que um ministro do Trabalho se manifestar contrariamente a uma operação contra o trabalho escravo”, afirma. A apuração do caso está sob seu comando.

Saraiva declara que tudo que foi apreendido desde dezembro do ano passado, mais de 200 mil metros cúbicos de madeira, é produto de ação criminosa. Ele afirma também que as empresas até agora não apresentaram documentos requisitados pela PF.

É como se um carro fosse parado na estrada, a polícia pedisse o documento, e o condutor não tivesse em mãos ou entregasse um sobre um Fusca, quando estava dirigindo um Chevette, afirma o delegado, que concluiu seu doutorado sobre o tema em fevereiro.

“Se a documentação estiver dentro da lei, liberaremos a madeira na hora. A possibilidade disso acontecer, na minha opinião, é perto de zero.”

Há mais de dez anos ocupando cargos de superintendente na PF (Roraima, Maranhão e Amazonas, agora), ele diz que as investigadas na ação não podem nem ser chamadas de empresas. “Trata-se de uma organização criminosa.”

“Na Polícia Federal não vai passar boiada”, diz, usando termo utilizado por Salles em reunião ministerial do ano passado.

As informações são do Bahia.ba

Carregue mais
Veja Também
Tópicos
SEÇÕES