A Polícia Federal prendeu, nesta quarta-feira (20), a promotora Deborah Guerner e o marido, Jorge Guerner, ambos envolvidos em acusações de formação de quadrilha, corrupção ativa e quebra de sigilo funcional no escândalo da Caixa de Pandora. Os dois desembarcavam no Aeroporto de Brasília depois de uma viagem à Itália e, na chegada, foram surpreendidos pela ordem de prisão.
A Justiça Federal expediu o mandado de prisão por considerar que, mesmo depois de iniciado o processo, Deborah e o marido continuaram a ?delinquir?. Pesam contra os dois a acusação de produção de provas falsas, como atestados médicos, para prejudicar as investigações.
No dia 6 de abril, Deborah Guerner compareceu a uma reunião de julgamento no Conselho Nacional do Ministério Público, em Brasília. O relator do processo, conselheiro Luiz Moreira, proferiu o seu voto pela demissão do ex-procurador-geral de Justiça do Distrito Federal, Leonardo Bandarra, e de Deborah pelos crimes de violação de sigilo funcional, recebimento de propina e tentativa de achaque ao ex-governador José Roberto Arruda. Eles foram denunciados originalmente pelo ex-secretário de Relações Institucionais do DF, Durval Barbosa, delator do esquema de corrupção desmantelado em novembro de 2009 pela Caixa de Pandora.
Além de pedir a prisão preventiva de Deborah Guerner e seu marido, o Ministério Público denunciou por formação de quadrilha e falsidade ideológica dois médicos de São Paulo. Em vídeo apreendido na casa da promotora, eles aparecem treinando Deborah sobre como simular desequilíbrio mental para o teste de um sanidade mental.
A Polícia Federal pretendia prender o casal Guerner dentro do aeroporto de Brasília logo após o desembarque da viagem a Itália. Houve um atraso. A promotora e o marido conseguiram sair de carro do aeroporto, que foi interceptado pelos federais na pista principal do Lago Sul, bairro nobre de Brasília. Deborah pediu para deixar as malas em sua casa antes de ser levada presa para a Superintendência da PF. Como ela tem direito a foro especial ela está detida provisoriamente na cela onde ficou preso por quase dois meses o ex-governador José Roberto Arruda.
A pedido do procurador regional da República Ronaldo Albo, a desembargadora federal Mônica Sifuentes determinou que Deborah fique presa em uma cela especial. Os investigadores pretendiam transferi-la para o quartel do Exército, mas as celas lá estão ocupadas. Deborah será transferida para uma dependência da Polícia Militar.