A Polícia Federal (PF) aponta que as acusações relacionadas ao esquema de espionagem ilegal do governo Bolsonaro buscou vincular os ministros do STF, Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, à facção criminosa PCC, com base na interpretação de dois parágrafos especulativos de um documento apreendido na sede da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
O documento, parte de uma investigação da Abin sobre uso de uma entidade pelo PCC e Comando Vermelho, contém informações sobre a advogada Nicole Giamberardino Fabre e o Instituto Anjos da Liberdade. A PF destaca que a interpretação sugere uma conexão entre esses dados e os ministros do STF.
O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF, tornou pública a interpretação dada pela PF ao documento relacionado à advogada Nicole. A Abin está sob investigação desde março do ano passado, quando surgiu a informação de que o governo Bolsonaro usou o software FirstMile para investigar ilegalmente adversários políticos.
A PF afirma que os arquivos apreendidos na sede da Abin mostram uma "gravidade ímpar", sugerindo uma reação ao cumprimento do papel constitucional de Moraes. A advogada Nicole Fabre, alvo da espionagem, afirma que exerceu sua atividade estritamente como advogada e não compreende por que foi alvo da Abin em 2019.
O deputado Gilberto Nascimento afirma que não é alvo de investigação no caso mencionado e destaca não ter controle ou conhecimento das atividades de Ricardo Luiz Wright Minussi Macedo, prestador de serviços na época. A PF destaca pagamentos feitos por Nascimento a Minussi como consultor. Os arquivos vinculados a Minussi também mencionam a ligação da advogada com partidos de esquerda.
As investigações continuam, com Moraes classificando o documento da Abin como um "gravíssimo fato" e destacando a instrumentalização da agência. Nicole Fabre, por sua vez, garante não ter qualquer ação fora de suas atribuições como advogada, e a falta de evidências diretas de sua conexão com criminosos é observada nos relatórios da própria Abin.
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