A Procuradoria-Geral da República moveu uma denúncia contra o deputado federal Gustavo Gayer, do PL de Goiás, no Supremo Tribunal Federal, buscando sua condenação por injúria e racismo. Caso a condenação ultrapasse quatro anos de pena privativa de liberdade, a PGR solicita a declaração de perda do mandato parlamentar.
Em um episódio do podcast "Três Irmãos" em junho, Gayer afirmou que na África "quase todos os países lá são ditadores" e argumentou que a democracia não prospera no continente devido à suposta falta de capacidade cognitiva da população para distinguir o certo do errado. O deputado também respondeu ao apresentador do programa, Rodrigo Arantes, que comparou o QI de macacos com o QI médio na África, sendo ambos denunciados pela PGR.
Durante a discussão, Gayer ainda afirmou que a situação no Brasil, especialmente durante o governo Lula (PT), é semelhante, descrevendo o povo como "burro" e focado em "picanha e cerveja". Além das acusações de injúria e racismo, a PGR pede a aplicação de uma multa mínima de R$ 1 milhão, a ser destinada a políticas públicas de combate ao racismo. A ação foi desencadeada por denúncias de parlamentares como Célia Xakriabá, Erika Hilton, Luciene Cavalcante e Talíria Petrone, do PSOL, e do ministro Silvio Almeida.
Em resposta às críticas nas redes sociais, Gayer alegou que sua fala foi tirada de contexto e que, anteriormente, mencionou a subnutrição como um problema na África que afeta o QI da população. Alegou que as interpretações como racistas eram infundadas.
O Painel revelou que Gayer se declarou como pardo ao concorrer à prefeitura de Goiânia em 2020 e como branco na eleição subsequente para o cargo de deputado federal em 2022. Questionado sobre essa discrepância, o deputado ironizou, dizendo que se autodeclara "moreno jambo" e "verde", e que geralmente é o partido quem preenche essas informações.