Uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) destacou o Piauí como o estado nordestino com a segunda maior proporção de vereadoras, atrás somente do Rio Grande do Norte. Das 2.144 cadeiras nos legislativos municipais das 224 cidades piauienses, 429 são ocupadas por mulheres, o que corresponde a 20%. Este destaque no cenário local contrasta com a representação feminina em esferas mais amplas, onde a presença feminina se mostra mais escassa.
No cenário federal e estadual, a representação das mulheres é significativamente menor. No Senado Federal, entre os três senadores do Piauí, não há nenhuma mulher eleita para o cargo principal, apenas Jussara Lima (PSD) assumindo como suplente. A nível nacional, das 81 cadeiras no Senado, apenas 15 são ocupadas por mulheres, representando 18%. Na Câmara dos Deputados, a situação não é muito diferente, com apenas 91 mulheres entre os 513 deputados, equivalendo também a 18% do total. A saída de Rejane Dias, única deputada federal eleita pelo Piauí em 2022, para assumir um cargo no Tribunal de Contas do Estado, deixou o Piauí sem representantes femininas na Câmara, situação compartilhada com outros três estados brasileiros.
No âmbito do legislativo estadual do Piauí, a representação feminina é ainda mais baixa, com apenas quatro mulheres entre os 30 deputados eleitos em 2022, o que representa 13% do total. Na capital, Teresina, a representatividade feminina no parlamento municipal é ligeiramente maior, com cinco das 29 cadeiras ocupadas por vereadoras, ou seja, 17%.
As eleições municipais de 2020 revelaram que, dos 222 municípios do Piauí, somente 28 elegeram mulheres para as prefeituras, representando 12,6% do total. Esse cenário reforça a necessidade de esforços contínuos para aumentar a representação feminina na política, garantindo maior equidade e diversidade nas esferas de poder.