O governador Wellington Dias pediu um tratamento especial pelo Governo Federal para o Porto de Luís Correia, visando sua conclusão, durante a reunião da Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados, nessa quinta-feira (13), em Brasília, que reuniu toda a bancada Federal piauiense e a vice-governadora Margarete Coelho.
Tratamento diferencial por ser um estado que precisa de apoio da União para o seu desenvolvimento econômico e por ser o estado que mais cresce proporcionalmente no Brasil (PIB passou de R$ 7 bilhões para R$ 30 bilhões).
Para o governador, trata-se de concluir uma obra inacabada, que já teve mais de R$ 250 milhões em investimentos e está no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). "Nosso povo nao consegue se conformar - nem eu - de sermos o único estado brasileiro com acesso ao mar sem ter um porto", frisou.
Wellington adiantou que em consulta ao relator do processo do Porto junto ao TCU, ministro Vital do Rego, foi informado que não há nenhum impedimento para a retomada da obra. "Provavelmente se fosse hoje buscariamos outra localização, mas tecnicamente é viavel e é possível fazer onde já está", ressaltou.
Estudos apontam que o Porto de Luís Correia tem também viabilidade técnica de cargas, elencadas pelo governador, como a produção de cerca de 13 milhões de toneladas de grãos, sem incluir minérios.
O estado tem duas reservas de ferro certificadas em Paulista e Dom Inocêncio, totalizando mais de 1 bilhão de toneladas de ferro. Exporta mármore de pedra para revestimentos para a Europa. Agora, uma nova fronteira agrícola no Cerrado Norte prevê o aumento da produção de grãos. O estado também produz álcool. A empresa Terracal esta investindo R$ 2,5 milhões na região de Guadalupe e o Grupo Olho D'agua está em expansão no município de União. "Até pra fortalecer a vocação de estado exportador, o Piauí precisa do Porto", afirmou Dias.
Desde a sua origem, há 39 anos, o Porto de Luís Correia aponta possibilidade de ser uma obra mais sofisticada com capacidade para receber embarcações de 70 mil toneladas.
O ministro dos Portos, Edinho Araujo, fez um relato histórico de todos os recursos destinados para a obra e propôs a criação de uma comissão composta por representantes da Secretaria de Portos, técnicos dos governos Federal e Estadual e parlamentares para apontar soluções definitivas para o Porto de Luís Correia. "O povo piauiense merece uma resposta", afirmou.
Para a conclusão da obra, o governador Wellington Dias já apresentou proposta junto ao Governo Federal de parceria com contrapartida, pelo Estado, de cerca de R$ 130 milhões.
Roger Jacob, da Federação das Indústrias do Piauí (Fiepi) defendeu o Porto e a Zona de Processamento de Exportações (ZPE). "É um Porto do Brasil e não apenas do Piauí. Como faremos para ele de fato acontecer é um dos desafios desta comissão", declarou.