O ex-diretor de marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, preso nesta quarta-feira (5) na Itália, vai responder no país pelo uso de documentos falsos, informou a polícia italiana nesta quinta-feira (6).
Diversos documentos falsificados, além do passaporte, foram encontrados com Pizzolato no momento de sua prisão, segundo a polícia.
Pizzolato era o único foragido de 25 condenados no processo do mensalão. Ele foi preso na manhã de quarta em Maranello devido a um mandado de prisão internacional.
As informações foram dadas durante uma coletiva de imprensa que continua em andamento na manhã desta quinta.
Segundo Stefano Savo, comandante provincial da polícia de Modena, Pizzolato foi preso em uma vila de casas em Pozza, um bairro de Maranello, que é conhecida por abrigar a fábrica de carros esportivos de luxo da Ferrari.
De acordo ele, o ex-diretor do Banco do Brasil permanecia sempre dentro de casa. O imóvel estava sempre fechado e aparentava estar vazio.
Pizzolato tinha a companhia da mulher. Segundo Savo, a decisão de se esconder no local foi bem planejada ? ele e a mulher tinham consigo 14 mil euros (inicialmente, a polícia informou que a quantia era de 15 mil euros), uma grande quantidade de comida e diversos documentos emitidos por diferentes Estados e entidades internacionais.
Segundo informou a polícia nesta quinta, diversos documentos de identidade emitidos em diversas regiões da Itália foram encontrados com Pizzolato. Ele usava um sobrenome similar ao seu original.
Também foram encontrados documentos de identidade brasileiros e italianos já vencidos e também um documento falsificado espanhol, feito antes de sua condenação.
Segundo a polícia local, que já monitorava Pizzolato, inicialmente ele negou ser quem era, mas depois confirmou a identidade ao perceber que tinha sido reconhecido. Pizzolato foi levado para a prisão de Sant"Anna de Modena, a cerca de 21 km de distância. A polícia afirma que ele está em uma cela com outros detentos e aparenta bom estado de saúde.
De acordo com Savo, Pizzolato já tem um advogado que o representa em Modena.
Prisão
Os ?carabinieri? (polícia italiana) seguiram a pista da localização de Pizzolato por dois dias. Segundo as investigações, ele não trabalhava e não saía de casa.
Por volta das 11h (8h no horário de Brasília) desta quarta, um grupo formado por 10 policiais entrou no apartamento situado no andar térreo de um edifício no centro de Maranello.
Os policiais encontraram 15 mil euros - em notas de euros e dólares e um passaporte falso, em nome do irmão mais velho, que morreu em um acidente de carro em 1978.
Com 570 pessoas, atualmente a prisão de Sant"Anna de Modena enfrenta superlotação. Sua capacidade é de 450 pessoas.
Considerado culpado pelos crimes de formação de quadrilha, peculato e lavagem de dinheiro, o antigo dirigente do Banco do Brasil foi condenado pelos ministros do Supremo a 12 anos e 7 meses de prisão.
Fuga pela Argentina
A Polícia Federal afirmou nesta quarta-feira (5) que Pizzolato fugiu do país pela fronteira com a Argentina dois meses antes de decretada sua prisão, em 15 de novembro de 2013.
Ele saiu de carro da cidade de Dionísio Cerqueira, em Santa Catarina, e ingressou no território argentino provavelmente no dia 12 de setembro. Depois, percorreu 1,3 mil quilômetros até Buenos Aires, capital argentina.
As investigações da Polícia Federal demonstraram que o ex-diretor de marketing do BB embarcou para Barcelona, na Espanha, em um voo da Aerolíneas Argentinas. Da cidade espanhola, informaram os policiais federais, ele seguiu para a Itália. A PF não sabe de que forma ele chegou ao território italiano.