Plano de militares para matar Lula repercute na imprensa internacional

O jornal The New York Times destacou que o plano fazia parte de um esforço para manter Jair Bolsonaro (PL) no poder, após a derrota do ex-presidente

Reportagem publicada | Reprodução
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Os principais jornais internacionais repercutiram as prisões de militares e de um policial federal, suspeitos de envolvimento em um plano de golpe contra o resultado das eleições de 2022que incluía os assassinatos do presidente Lula (PT), de seu vice, Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro do Superior Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.

O jornal The New York Times destacou que o plano fazia parte de um esforço para manter Jair Bolsonaro (PL) no poder, após a derrota do ex-presidente. A reportagem ouviu o advogado de Bolsonaro, Paulo Cunha Bueno, que disse que "seu cliente não tinha envolvimento ou conhecimento do complô". "[O ex-presidente] nunca concordou ou participou de qualquer tipo de plano dessa natureza", declarou Bueno ao jornal americano.

O francês Le Monde detalhou o plano, os custos e o material que seria utilizado nos atentados, como fuzis, pistolas, metralhadoras, granadas e um lança-rojão —conhecido por sua eficácia em destruir veículos blindados ou fortificações. Na reportagem, a publicação destacou que a palavra "gravíssimo", utilizada pelas autoridades brasileiras para classificar o plano "não parece exagerada".

Outro jornal francês, o Le Figaro, abriu sua reportagem sobre o caso com a frase "Um G20 sob alta tensão". Com foco na segurança das autoridades que participam do fórum de cooperação econômica internacional, no Rio de Janeiro, a publicação sublinhou que os militares suspeitos não fazem parte das equipes que trabalham no evento.

As detenções e o plano de golpe também foram tema de reportagem do El País. O espanhol explicou que os suspeitos integravam um grupo chamado de "kids pretos", formado "por militares da órbita bolsonarista, treinados nas forças especiais". A reportagem detalha a investigação policial e destaca a reunião realizada em dezembro de 2022, um mês antes da posse de Lula, na casa do militar reformado Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa no governo Bolsonaro.

Para o britânico, Financial Times, as detenções dos suspeitos "marcam um avanço significativo nas investigações sobre as supostas tentativas de reverter ilegalmente a eleição de Lula". "O grupo supostamente planejava instituir um 'gabinete de crise' após o golpe, liderado por um general aposentado do exército e Braga Netto". A reportagem tentou ouvir o ex-ministro, que não respondeu ao pedido de entrevista.

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