A acusação formulada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que culminou na detenção dos principais membros da Polícia Militar do Distrito Federal, revela que a equipe dirigida pelo major Flávio Silvestre de Alencar, sujeito da ação realizada pela Polícia Federal nesta sexta-feira (18), supostamente incentivou a entrada de adeptos extremistas do bolsonarismo no Congresso Nacional em 8 de janeiro.
"Caso Flávio tivesse formado uma barreira de proteção de acesso com o destacamento do Batalhão de Choque sob seu comando, os resultados lesivos teriam sido evitados ou, pelo menos, sensivelmente minimizados", diz denúncia.
De acordo com o documento apresentado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), os militares supostamente deram indicações que encorajaram os indivíduos radicais a continuar com a invasão. Conforme relatado no documento, a equipe liderada por Flávio Silvestre teria tido a capacidade de evitar os prejuízos que ocorreram especificamente nas instalações do Congresso Nacional.
"Seus homens estimularam o ingresso de mais insurgentes que, momentos depois, depredariam o Congresso Nacional", aponta relatório.
De acordo com as informações do relatório, o então comandante da Polícia Militar, Fábio Augusto Vieira, teria recebido um pedido de reforço policial por parte do diretor do Departamento de Polícia Legislativa da Câmara dos Deputados. A Procuradoria-Geral da República (PGR) indica que essa solicitação foi atendida somente uma hora e meia após o seu recebimento.
Já um dia antes dos ataques, o coronel Klepter Rosa Gonçalves, então subcomandante-geral, "determinou o emprego de efetivo insuficiente da PMDF", em conjunto com outros oficiais da cúpula da corporação.