O diretor da Polícia do Senado, Pedro Ricardo Araújo Carvalho, deve se reunir hoje com responsáveis por investigar as recentes denúncias contra ex-diretores da Casa para tratar das novas acusações feitas pelo ex-diretor de Recursos Humanos, João Carlos Zoghbi. Em entrevista à revista "Época", Zoghbi e sua mulher, Denise, acusam o ex-diretor-geral do Senado Agaciel Maia de chefiar um esquema de corrupção.
Carvalho já afirmou que pretende ouvir os senadores Romeu Tuma (PTB-SP) e Efraim Moraes (DEM-PB), além do próprio Maia, sobre as acusações.
Na entrevista, o casal insinua a participação de dois senadores que já comandaram a 1º Secretaria da Casa, a quem Maia era subordinado, motivo pelo qual Tuma e Efraim serão chamados.
"Todo mundo que está citado mais cedo ou mais tarde terá que ser ouvido. Apesar de terem [os senadores Tuma e Efraim] foro privilegiado eles também serão ouvidos", afirmou Carvalho.
Segundo a revista, João Carlos e Denise afirmaram que há corrupção nas contratações no Prodasen (Sistema de Processamento de Dados), na comunicação social, no transporte, na vigilância e no serviço de taquigrafia. O casal diz ainda que Maia é sócio de todas as empresas terceirizadas que têm contrato com o Senado.
Após 14 anos como diretor-geral, Maia deixou o cargo há dois meses, quando a Folha revelou que ele usou um irmão para esconder da Justiça a propriedade de uma casa avaliada em cerca de R$ 5 milhões.
"Esses anos todos, o Senado tem um dono. Um único dono", afirmou Denise à revista sobre Maia.