A Polícia Federal (PF) descobriu que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) tentou vincular os ministros Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), à organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) durante a gestão do atual deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ).
Nesta quinta-feira (25), a PF realizou buscas na residência de Ramagem como parte da Operação Vigilância Aproximada, que investiga suspeitas de uso do software FirstMile para espionar autoridades. Além dos ministros do Supremo, o ex-presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia e o ministro da Educação, Camilo Santana, que à época era governador do Ceará, também teriam sido alvos das ações de espionagem.
Na decisão que autorizou as buscas da PF - emitida por Moraes -, o ministro detalhou o modus operandi de parte dos servidores da Abin sob comando de Ramagem.
“O arquivo “Prévia Nini.docx”, por seu turno, retrata ação deliberada de desvirtuamento institucional da operação de inteligência em comento. Neste documento, identificou-se anotações cujo conteúdo remete à tentativa de associar Deputados Federais, bem como Exmo. Ministro Relator Alexandre de Moraes e outros parlamentares à organização criminosa PCC”, escreveu Moraes.
“Não somente o ministro relator, mas também com o Exmo. Ministro Gilmar Mendes houve a tentativa de vinculação com organização criminosa”, acrescentou o ministro.
“O desvirtuamento da diligência no sentido de tentar vincular a imagem do Exmo. Ministro Relator e demais deputados pode ter sido reação em razão das ações realizadas no cumprimento de seu mister constitucional”, completa.