Os policiais militares do Piauí suspenderam o movimento de paralisação deflagrado pela categoria e, com isso, abriram caminho para negociação com o governo do estado. A reunião de emergência, que aconteceu hoje pela manhã na Câmara Municipal, com a presença de parlamentares que intermediam o entendimento, entre eles o deputado federal Silas Freire (PR-PI), as associações militares, a vice governadora Margareth Coelho, o procurador da Câmara Marcos Vinícius e a OAB, foi o primeiro passo para uma solução definitiva.
“Nós conseguimos evoluir para suspensão do movimento. Hoje de manhã existia um quadro, onde militares que tem prisão preventiva decretada, diziam que não se entregariam e iriam reagir . Mais tarde o governador do estado demonstrou toda boa vontade e disse que ao suspender esse movimento, ele vai discutir as reivindicações da categoria .Olha como nós encontramos o quadro e olha como está agora. Todos nós estamos unimos para dar tranquilidade para a sociedade e poder avançar .” declarou o deputado Silas Freire.
Para o vereador sargento Rodrigues Silva (PP), um dos policiais com mandado de prisão, a expectativa é montar uma comissão com a bancada federal, OAB e deputados estaduais na tentativa de revogar o mandado judicial e discutir as reivindicações dos militares.
"Primeiro queremos a liberação dos presos e dos mandados de prisão. A partir daí, vamos sentar com o governo e discutir a pauta de reivindicação", declarou.
O deputado federal José Rocha (PSDB-AC) participou da reunião e falou sobre as prisões. Para ele, houveram excessos. "A reivindicação é justa, mas acima disso está a sociedade e ela quem paga a conta.” destacou. Já a vice governadora Margareth Coelho destacou que ao suspender o movimento, as negociações avançam “O governo tem todo interesse em resolver o impasse e ouvir as reivindicações dos militares. Quanto a revogar os decretos de prisão, não compete ao governador, é com o poder judiciário. Temos que levar este fato novo que é a suspensão do movimento para sensibilizar os juízes e desembargadores deste caso”, complementou.
Revogação das prisões
Após a reunião na Câmara de vereadores, o grupo seguiu para o Tribunal de Justiça, onde foram recebidos pelo presidente Raimundo Eufrásio. O presidente ouviu os relatos de que o movimento foi suspenso e o pedido para revogação das prisões.
“Peço que seja dada publicidade à nota de suspensão do movimento a todos os batalhões. Se houve essa flexibilização para chegar a um entendimento e se o poder executivo também está disposto, não há porque manter os decretos de prisão. Por isso, solicitei para o relator do “Habeas Corpus”, o desembargador Joaquim Santana, que aprecie o quanto antes e despache no sentido de revogação das prisões. Assim como o caso específico do vereador R. Silva, que tem foro privilegiado e que está a cargo do desembargador José Francisco. A paz não se consegue à força, conversando a gente se entende. Já para a comissão de negociação, designo o desembargador Erivan Lopes” finalizou o presidente do TJ-PI.
Os presentes comemoraram o desfecho “ Essa é o melhor caminho possível, o diálogo. Como parlamentar me coloco à disposição dos militares e do governo do estado para intermediar, para contribuir e sensibilizar ambas as partes no sentido de uma solução possível e benéfica para a categoria e para a sociedade”. Concluiu Sila Freire.