Ligando as zonas Leste e Norte de Teresina, a Ponte do João Isidoro França, conhecida como Ponte do Sesquicentenário, deve estar pronta para ser um corredor de trânsito onde passarão cerca de 45 mil carros por dia no mês de março.
A obra, que começou a ser construída em 2002, custou R$ 74 milhões e 355 mil. Desse total, R$ 65 milhões são originados do Governo Federal e Estadual, e R$ 10 milhões da Prefeitura de Teresina.
De acordo com o presidente regional do Partido dos Trabalhadores, o deputado estadual Fábio Novo, as placas encontradas em pontos localizados no canteiro de obras da ponte ?desmentem? as informações do prefeito de Teresina, Sílvio Mendes (PSDB). Mendes afirmou que a PMT desembolsou cerca de R$ 33 milhões para a construção da ponte estaiada.
O Governo Estadual teria gasto R$ 20 milhões e o resto do montante seria fruto das emendas dos deputados federais B.Sá (PSB), ainda no início da obra, e Átila Lira (PSB).
Novo revela que os dados sobre os investimentos na Ponte do Sesquicentenário foram obtidos junto da Caixa Econômica Federal, órgão responsável por repassar os recursos da obra.
?Sei que estamos entrando no ano eleitoral, mas é necessário manter uma postura de coerência. Não queremos nada de ninguém, mas não vamos aceitar que coloquem informações que não são verdadeiras?, argumenta.
O deputado destaca que o governador Wellington Dias encontrou a obra parada no início do seu primeiro mandato, em 2003, e se dispôs a interceder junto ao presidente Lula para que recursos fossem liberados e o trabalho prosseguisse. ?Não foi o governo do PT que iniciou esta ponte, mas quando a encontramos era um elefante branco.
As ações por si só falam e os números mostram a realidade?, enfatiza.
Dividida em duas etapas principais na liberação de recursos, a ponte teve R$ 19 milhões depositados na primeira fase, com R$ 17 milhões da União e R$ 2 milhões da Prefeitura.
Na última fase, a obra contou com cerca de R$ 54 milhões, sendo R$ 20 milhões do Estado e R$ 8 milhões da Prefeitura. Os recursos do Estado foram originados da incorporação do Banco do Estado do Piauí pelo Banco do Brasil, quando o Governo estadual obteve R$ 100 milhões.
Fábio Novo explica que Dias ?não estava chateado? e apenas não aceitou o convite de Sílvio Mendes para visitar a ponte na manhã de ontem porque já tinha agenda no interior do Estado. ?Não havia um fato novo para essa visita, e o governador teve que estar em Campo Largo, Matias Olímpio e Luzilândia inaugurando obras?, pontua.
O presidente do PT nega qualquer tipo de retaliação à Prefeitura da capital por parte do Governo estadual através da possível indicação de emendas parlamentares no Congresso Nacional.
?Antes era natural a oposição ser tratada com retaliação, mas o governador mudou essa maneira de tratar os adversários. A Prefeitura de Teresina deveria reconhecer o esforço gigantesco, pois nunca recebeu tantos recursos do Governo Federal?, conclui. (S.B.)