Prefeito diz que cidade tem muita criança e que é preciso 'castrar' mulheres

Vídeo com a fala do prefeito foi gravado na quinta-feira, durante a inauguração de uma estrada, e causou polêmica

Prefeito diz que cidade tem muita criança e que é preciso 'castrar' mulheres | Reprodução
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No último sábado, dia 16, o partido Solidariedade tomou a decisão de expulsar Mario Esteves, prefeito de Barra do Piraí (RJ), de seus quadros. Essa ação ocorreu após o prefeito expressar sua intenção de "castrar" mulheres da cidade como uma proposta para reduzir o número de crianças na localidade. O comentário misógino foi feito na quinta-feira, dia 14, durante a cerimônia de inauguração de uma estrada. Durante seu discurso, ele discutia os investimentos na cidade e mencionou a inauguração de creches. 

"O que não falta em Barra do Piraí é criança. Cadê o Dione [secretário de Saúde]? Tem que começar a castrar essas meninas, controlar essa população. É muito filho, cara. É no máximo dois, fazer uma lei lá na Câmara. Porque haja creche a ser construída ao longo dos próximos anos", disse ele.

Mario Esteves, prefeito de Barra do Piraí — Foto: Divulgação 

Em nota publicada em suas redes sociais, Esteves afirmou que não "teve a intenção de ofender quaisquer parcelas da população, muito menos as mulheres" e que houve "equívoco na troca do termo técnico - 'laqueadura' por 'castrar'". "Isso não diminui a importância do assunto. O que deveria entrar em pauta era o planejamento familiar", escreveu ele.

Em nota divulgada no sábado, o presidente do Solidariedade-RJ, o deputado Áureo Ribeiro, afirmou que a direção estadual da sigla decidiu, por unanimidade, expulsar o prefeito do seu quadro de filiados "por sua fala misógina, demonstrando total desrespeito às mulheres". "O Solidariedade não tolera discursos, ações e demonstrações de qualquer tipo de preconceito", diz a nota.

O Ministério Público do Rio de Janeiro afirmou, em nota, que instaurou um procedimento cível para apurar "possíveis excessos do discurso e avaliação de eventual responsabilidade por parte do prefeito".

"Deverão ser comprovadas documentalmente quais medidas de controle populacional foram efetivamente implantadas durante o seu Governo, especialmente a quantidade de cirurgias de laqueadura e vasectomia, os critérios para aprovação de tais cirurgias, bem como a distribuição de preservativos e outros métodos contraceptivos na rede municipal de saúde", diz o MP-RJ.

(Com informações da Folhapress)

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