Diante de uma platéia de convidados, na Sala Maestro José Siqueira, o prefeito Cesar Maia fez uma longa defesa da polêmica Cidade da Música em festa inaugural nesta noite de sábado (27). Ao fim do discurso, o prefeito, que encerra seu terceiro mandato, sofreu uma queda em pleno palco e ficou visivelmente constrangido.
"Esse tombo foi programado para os fotógrafos. Assim eu posso sair de novo nas primeiras páginas dos jornais", brincou, tentando esconder o embaraço. Cesar chegou cedo à Cidade da Música para receber os convidados.
umprimentou o governador de Brasília, José Roberto Arruda; o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab; a bailarina Ana Botafogo e o compositor Billy Blanco. A sala estava cheia para a apresentação da Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB), mas nem todos os lugares estavam ocupados.
O prefeito, que fez referência a um texto de Oscar Wilde, "Decadência da Mentira", para exaltar "a obra original e épica" do arquiteto francês Christian de Portzamparc, que também é autor da Cidade da Música de Paris e da sala de concerto de Luxemburgo, afirmou que a casa pertencia a todos.
"Foram vocês que pagaram, do mais rico ao mais pobre. Até aqueles que pagam impostos sem saber. Essa obra é para todos os cariocas", disse, se dirigindo à platéia, o prefeito que está a menos de uma semana do fim do mandato.
Depois dos discursos ? o arquiteto francês e o secretário das Culturas, Ricardo Macieira, também falaram ? foi a vez da OSB assumir o palco. Ao fim da apresentação o público aplaudiu e gritou bravo. A regência foi do maestro Roberto Minczuk e a orquestra ainda se apresentou com a soprano dinamarquesa Sine Bundgaard.
Coberta por uma grande polêmica, a Cidade da Música começou a ser celebrada pelo prefeito desde sexta-feira (26), quando ele descerrou a placa de inauguração e até chorou durante uma exibição da banda da Guarda Municipal numa apresentação para operários e funcionários da prefeitura. O espaço chegou a ser benzido por um padre.
Com investimento de R$ 518,4 milhões financiados pela prefeitura, a Cidade da Música é um espaço com sala para concertos e óperas, além de uma sala de música de câmara com 500 lugares, três cinemas, lojas, café, restaurante, sete salas de ensaio e mais dez salas de aulas.
Obra inacabada, estima-se que para concluir todo o projeto a prefeitura ainda vai precisar de pelo menos R$ 40 milhões.