O prefeito Naçoitan Araújo Leite (sem partido), acusado de disparar contra a ex-mulher e o namorado dela em Iporá, no oeste de Goiás, entregou-se à polícia e afirmou, durante o depoimento, que "perdeu a memória e não se lembra de nada". Conforme informações da Polícia Civil, Naçoitan teria invadido a residência com uma caminhonete, disparando pelo menos 15 tiros contra o quarto onde a ex-mulher se encontrava com o namorado.
“Ele fala que não se lembra. Ele fala que tem uma perda de memória devido a diversos fatores e não sabe exatamente o que aconteceu”, disse o delegado Ramon Queiroz.
Naçoitan também afirmou à polícia que acordou em uma estrada vicinal sem recordar os eventos. Além disso, ao se entregar, o prefeito entregou uma arma que supostamente teria sido utilizada no crime, sendo notado pelo delegado que o registro da arma estava raspado. Um vídeo registrou o momento em que o prefeito chegou à delegacia.
Segundo informações da polícia, Naçoitan passou por exame de corpo de delito e encontra-se detido no presídio de Iporá, à disposição da Justiça. Ele será responsabilizado pelos crimes de tentativa de homicídio e feminicídio.
Segundo o delegado regional Ramon Queiroz, ele se entregou na manhã desta quinta-feira (23). Ao g1, o advogado de defesa do prefeito, Thales Jayme, disse que ainda "não se inteirou dos fatos por completo", mas acrescentou que a principal preocupação da defesa era apresentá-lo à polícia. Agora, os advogados buscam colocar Naçoitan Leite em liberdade. Thales ainda acrescentou que, apesar de apenas armas vistas pela câmera de segurança do hostel em que o prefeito estava morando ter sido apresentada, a outra arma também deve ser entregue à polícia.
"Acredito que o apresentando ele possa dar sua versão, como de fato já deu, esclareceu os fatos, e o mais importante, que é interesse dele colaborar com a Justiça. O objetivo nosso é colocá-lo em liberdade, vamos tomar as providencias cabiveis, respeitando toda e qualquer decisao judicial", disse. Já em nota enviada enquanto o prefeito ainda estava foragido, a defesa alegou que não houve "qualquer intenção, naquela ocasião ou em qualquer outra, de atingir a integridade física de quem quer que seja"