Depois de quase quatro meses nos novos mandatos, os prefeitos de vários municípios do Piauí, sobretudo os que comandam os municípios pela primeira vez, têm trabalhado apenas para recuperar os estragos deixados por gestões anteriores. Agora, eles reclamam que os problemas herdados são verdadeiras bombas-relógios que começam a explodir. Segundo os novos prefeitos, as adminstrações encontradas estão sucateados e dilapidadas.
Para eles, nos primeiros 120 dias de gestão, o trabalho tem sido apenas de levantamento sobre os estragos e só agora começam a planejar o que pretende fazer à frente das administrações nos próximos quatro anos. E ainda vão ter de continuar com muitas dificuldades por um bom tempo, tendo em vista que as dívidas são enormes.
?Ao chegar à prefeitura, encontramos dívidas e mais dívidas. O rombo era, e ainda é, muito grande?, diz o prefeito de Palmeirais, Paulo César Vilarinho, preocupado com a situação. ?Mas vamos vencer essa luta e no final do meu mandato, teremos um município sem problemas e com as finanças saneadas?, completa ele.
Segundo o prefeito, apenas com a Eletrobras a dívida gira em torno de R$ 1 milhão. Com a Previdência Social outro montante, além de ou-tras instituições, e empresas como a Agespisa.
?Estamos enfrentando muitas dificuldades neste começo de mandato?, diz o prefeito. Ele tem como prioridades na administração, a área da saúde e a educação Assim como Vilarinho, outros gestores, como o prefeito de São João do Piauí, Gil Carlos, contam que as dificuldades são grandes e que só agora começa a planejar o plano de ação e a pensar nas ações e obras que o município precisa. ?Estamos fazendo um plano emergencial?, falou Gil Carlos.
Mesmo com as dificuldades, já começa a realizar ações e projetos no município, com destaque para as áreas da saúde e educação. Outro setor que, segundo o prefeito, está sendo implementado é o serviço de limpeza pública. ?Também temos uma grande dívida?, explicou o prefeito de São João do Piauí.
Ocupadas com levantamentos, só agora as gestões vão iniciar
Os prefeitos dos municípios menores são os que mais sofrem as consequências dos problemas herdados na seara da gestão pública. O prefeito de Porto, Manin Geronço, disse que nesses quase quatro meses de mantado, a maior dificuldade é com a dívida do município, principalmente com a Previdência Social.
"Só agora começamos a planejar com mais calma a nossa administração. "Quando assumimos nos deparamos com muitos problemas, mas estamos otimistas", afirmou Geronço.
O prefeito de São João da Varjota, Raimundo Nonato Barbosa, diz que mesmo tendo sito reeleito, o município sofre com as constantes quedas do FPM (Fundo de Participação dos Municípios). "Um município pequeno como nosso, que se mantém exclusivamente com esses recursos do FPM, se reduzidos, não temos como administrar".
Os prefeitos participaram na última quinta-feira, na APPM, de encontro que discutiu sobre as dívidas dos municípios com a Eletrobras e com a Agespisa, aém de formação de técnicos da Defesa Civil no interior do Estado.
Segundo o prefeito de Palmeiras, o serviço prestado pelo Eletrobras no município é de péssima qualidade, senão a população não estaria reclamando. São muitas ligações e reclamações de usuários sobre a prestação de serviços da empresa. As constantes faltas de energia elétrica fazem com que os moradores tenham prejuízos.
No início da semana passada, o município chegou a ficar por mais de 24 horas sem energia elétrica, o que acarretou em prejuízos para o município. As escolas ficam sem aulas, os órgãos públicos como fórum, cartórios, prefeitura, Câmara Municipal, agências bancárias ficam sem atendimento ao público.