Os candidatos à Presidência da República Dilma Rousseff (PT), José Serra (PSDB), Marina Silva (PV) e Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) participaram na noite deste domingo (12), em São Paulo, do debate promovido pela RedeTV! e pelo jornal “Folha de S.Paulo”. O debate foi estruturado em cinco blocos. No primeiro, os candidatos responderam a questões sorteadas pelo mediador e tiveram a oportunidade de formular e responder perguntas entre si.
O segundo e o quarto bloco incluíram questões formuladas por jornalistas. No terceiro, os presidenciáveis voltaram a formular questões entre si. Cada participante teve 1 minuto e meio para resposta. Houve réplica de 1 minuto para o candidato que perguntou e tréplica de 1 minuto para o candidato que respondeu. No quinto e último bloco, os candidatos responderam questões entre si e fizeram as considerações finais. Durante duas horas de duração do debate, a troca de críticas entre Dilma e Serra ocupou boa parte das discussões, com intervalos para propostas ligadas a áreas essenciais da sociedade como saúde, educação, infraestrutura, segurança, economia, reforma agrária, políticas para a população rural, moradia, saneamento, entre outros.
Quando teve oportunidade, Plínio não livrou a candidata petista e o tucano de ironias. Marina priorizou temas relacionados ao meio ambiente. A primeira pergunta do encontro provocou os quatro candidatos a citar o grande sucesso e o grande fracasso do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “O maior sucesso do governo do presidente Lula foi assegurar a melhoria na qualidade de vida”, afirmou Dilma. “Sucesso foi não atirar o Plano Real pela janela, como eles anunciavam que fariam e acabaram não fazendo”, afirmou José Serra.
“O maior sucesso do governo, foi conseguir ter popularidade em um país que 35% da população passa fome”, declarou Plínio. “Os sucessos, não tenho dúvida, que foram os avanços na área social e a manutenção do Plano Real. Os fracassos eu vou citar nos últimos 16 anos: ausência de visão para integrar a visão ambiental”, afirmou Marina, em referência aos governos FHC e Lula. Perguntada por jornalista se colocaria a mão no fogo pela ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, que teve um filho envolvido em denúncias de tráfico de influência no governo, Dilma defendeu a apuração de todos os fatos pelo governo e disse que não poderia ser responsabilizada pelo que supostamente teria feito o filho de uma ex-assessora dela.
Serra foi questionado se teria resolvido explorar o caso da quebra de sigilo fiscal da sua filha na campanha com o objetivo de melhorar o desempenho nas pesquisas. “No momento em que apareceu, que quebraram a intimidade e a vida privada da minha filha, o que eu deveria fazer? Agradecer o PT e a campanha da Dilma por terem invadido o sigilo da minha filha e do meu partido?”, respondeu. Plínio de Arruda Sampaio foi perguntado sobre o motivo que o levava a classificar o Programa “Bolsa Família” de uma humilhação para pessoas carentes.
Ele citou uma eleitora: “Para nós, é uma tremenda humilhação receber essa bolsa. Não que é uma esmola, mas que é uma humilhação para quem recebe, porque quem recebe tem direito de ter trabalho digno e salário digno”. Marina foi questionada sobre o seu desempenho nas pesquisas eleitorais no Acre, seu estado natal, onde ela aparece atrás de Dilma e Serra nas intenções de voto. “Eu trabalhei pela defesa do meio ambiente e das populações tradicionais. E só tenho de agradecer aos acreanos. Tudo que eu sou eu devo à população do Acre”, declarou.
Em sua última participação, Dilma lembrou o nascimento do neto, Gabriel, e disse que o país vive um momento especial. “Tudo que eu puder dar para o meu neto, eu queria dar para as crianças brasileiras. Vivemos um momento especial no país porque vivemos uma perspectiva de futuro”, afirmou. Marina falou da importância do segundo turno na eleição: “Espero, sinceramente, que depois do que aconteceu aqui, que cada cidadão tenha firmado a convicção de que nós precisamos de um segundo turno para que se possa debater com profundidade o que interessa para o Brasil.”
Plínio reafirmou sua defesa do socialismo e ressaltou a diferença do PSOL dos demais partidos que disputam a eleição. "Entro nessa campanha com 80 anos, com 60 anos de vida publica, porque o PSOL, o meu partido, quer que você conheça soluções que não seriam ouvidas por você se eu não estivesse aqui, estamos propondo o futuro.” Serra utilizou seu tempo para agradecer pelo debate e lembrou os eleitores que tem encontrado durante a campanha: “Toda a energia que tenho tido na campanha provém do meu contato com as pessoas, o olhar, as palavras que recebo, os abraços.”