Jean Paul Prates, presidente da Petrobras, expressou a necessidade de uma fiscalização rigorosa nos postos de abastecimento que estão impondo preços superiores a R$ 6 por litro de gasolina, em resposta ao recente aumento anunciado pela empresa estatal para esse combustível. Prates reagiu a uma reportagem que destacava a gasolina atingindo valores acima de R$ 6 no Rio de Janeiro e enfatizou que esse montante excede a estimativa estabelecida pela própria Petrobras.
Com o reajuste no valor do combustível, a nova média passou de R$ 5,43 para R$ 5,73 "e jamais passar de R$ 6" no Rio, segundo o presidente da estatal. A nível nacional, Prates ressaltou que o valor médio passou de R$ 5,53 para R$ 5,83, também abaixo do valor de R$ 6 cobrado em alguns estabelecimentos. Cabe às autoridades fiscalizarem os postos que estão cobrando valor excessivo no litro da gasolina para "proteger o consumidor", destacou Jean Paul Prates.
A Petrobras anunciou na quarta-feira (16) para as distribuidoras o reajuste nos preços da gasolina e do diesel. Os postos têm autonomia para repassar os valores para os clientes.
O QUE EXPLICA O REAJUSTE
A Petrobras encontra-se no "ponto máximo de otimização operacional". Segundo um comunicado emitido pela estatal, o reajuste contempla tanto o valor do petróleo quanto as importações suplementares de ambos os tipos de combustíveis. A Petrobras estava operando com valores inferiores aos do mercado global. Com a elevação do preço internacional do petróleo, as refinarias da empresa passaram a vender combustíveis no mercado interno a preços mais baixos, o que afeta importadores e refinarias privadas. Dado que o Brasil não detém autossuficiência em derivados de petróleo, é necessário que os preços se mantenham em níveis que não comprometam as importações por terceiros.
O ajuste efetuado resultou em uma redução na diferença para importadores, mas não a eliminou por completo. Inicialmente, a disparidade na gasolina estava em 24%, enquanto no diesel atingia 27%. Com a aplicação do reajuste, esses números passaram a ser de 11% e 7%, respectivamente, conforme a avaliação de Amance Boutin, um especialista em combustíveis da Argus.
A partir de maio, a Petrobras deixou de adotar a paridade de importação, cumprindo a promessa eleitoral de Lula de nacionalizar os preços dos combustíveis. A estatal informa que a introdução desta nova estratégia comercial, substituindo a política anterior de precificação, incorporou critérios que incorporam as melhores condições em termos de refino e logística para determinar seus preços.
O reajuste dos preços dos combustíveis foi acertado, segundo o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. "Não é bom um distanciamento grande de preços, mesmo tendo um impacto negativo", disse, em referência ao impacto sobre a inflação de 2023.
(Com informações da Folhapress)