A presidente Dilma Rousseff deve convocar para o próximo dia 10, Quarta-feira de Cinzas, em Brasília, reunião com ministros do governo para voltar a discutir ações de combate ao mosquito Aedes aegypti, que transmite o vírus zika. A presidente viajou nesta sexta-feira a Porto Alegre para passar o carnaval e deverá retornar a Brasília entre terça e quarta-feira.
O vírus é apontado pelo governo brasileiro como o responsável pelos casos de microcefalia que têm sido registrados em recém-nascidos desde o fim do ano passado no país. A Organização Mundial de Saúde (OMS) chegou a decretar estado de emergência em saúde pública internacional em razão desses casos.
Mesmo sem confirmação oficial, alguns ministros como Jaques Wagner (Casa Civil) e Edinho Silva (Comunicação Social) já estão se preparando para retornar a Brasília a tempo de participar da reunião com a presidente.
Ao longo das últimas semanas, a presidente convocou reuniões semanais com integrantes do alto escalão do governo para discutir ações contra o zika.
Entre as decisões que saíram desses encontros, estão o pagamento do Benefício de Prestação Continuada (equivalente a um salário mínimo) às famílias que tiverem crianças diganosticadas com microcefalia; a distribuição de repelentes para grávidas que recebem o Bolsa Família (cerca de 400 mil mulheres); e a atuação de militares das Forças Armadas no dia nacional de mobilização contra o mosquito.
Nesta quinta (4), Jaques Wagner enviou a todos os ministros, secretários-executivos das pastas e a presidentes de empresas públicas autarquias e fundações federais, ofício no qual os convocou a participar, no próximo dia 13, da mobilização nacional contra o vírus. Ele também enviou carta aos integrantes do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social pedindo que eles também estejam na mobilização.
No dia 13, cerca de 220 mil militares das Forças Armadas estarão em 356 municípios do país para tentar erradicar os criadouros do mosquito Aedes aegypti, responsável por transmitir o zika.
Além dos militares, participarão da operação nacional representantes dos governos estaduais, municipais e agentes de combate a endemias.
Nesta quarta (3), a presidente Dilma Rousseff fez pronunciamento na cadeia nacional de rádio e TV no qual disse que a "guerra" contra o Aedes é "complexa" e exige o engajamento de toda a sociedade. Ela já vem dizendo em seus discursos que, enquanto não há vacina contra o zika, a população precisa eliminar os criadouros do mosquito.
De acordo com o Ministério da Defesa, os militares distribuirão no dia de mobilização material impresso com orientações para a população sobre como combater os criadouros do Aedes aegypti que, além de transmitir o zika, também transmite os vírus da dengue e da febre chikungunya.
A pasta informou que a meta do dia de mobilização é visitar três milhões de residências em 356 cidades do país.
"Para a distribuição do efetivo das Forças Armadas, nessa fase de mobilização, foram considerados os municípios com maior incidência das doenças transmitidas pelo mosquito e os que contam com organizações militares instaladas", explicou o ministério.