Presidente do STF, Barroso defende a descriminalização do aborto

Ministro afirmou que a interrupção da gravidez deve ser evitada, o que não significa que mulheres devam ser presas por isso

Presidente do STF, Barroso defende a descriminalização do aborto | Reprodução
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Nesta sexta-feira, Dia Internacional da Mulher, Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), expressou seu apoio à descriminalização do aborto. O ministro destacou a necessidade de conquistar os direitos à liberdade sexual e reprodutiva das mulheres no país, ressaltando que isso não implica em encorajar o aborto.

Barroso afirmou sua discordância com a detenção de mulheres que tenham passado por procedimentos de interrupção da gravidez. Essa declaração foi proferida durante uma aula magna na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RIO).

— É preciso explicar para a sociedade que o aborto não é uma coisa boa, o aborto deve ser evitado. Portanto, o estado deve dar educação sexual, contraceptivos e amparar a mulher que queira ter filho — iniciou o presidente do STF — E explicar para as pessoas que ser contra o aborto, não querer que ele aconteça não significa querer que se prenda as mulheres que passam por este infortuno, que é isso que a criminalização faz. 

O ministro defendeu ainda que esta conscientização sobre a descriminalização do aborto deve ser difundida pelo país. Barroso relembrou que o tema deve voltar à pauta da Suprema Corte: 

— Essa campanha tem que ser difundida para que a gente possa votar isso no Supremo, porque a sociedade não entende do que se trata. Não se trata de defender o aborto, trata-se de enfrentar esse problema de uma forma mais inteligente que a criminalização, prender a mulher não serve para nada — afirmou o presidente do STF. 

No início do evento, o ministro ainda se descreveu como um "feminista de longa data" e homenageou as mulheres pela data desta sexta-feira. 

— Apesar de ser do sexo masculino, sou um militante feminista de longa data. Quem acompanha minha vida no STF saberá que minha secretária-geral é uma mulher, que a minha secretária-geral no CNJ é uma mulher, minha chefe de gabinete é uma mulher, portanto, na minha vida e no meu gabinete a gente nós vivemos um matriarcado e tem dias que eu me sinto oprimido — brincou.

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